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Estudo identificou ritmo de envelhecimento a partir de imagem do cérebro

Nova tecnologia pode ajudar em testes para retardar a velhice e auxiliar na previsão de risco de doenças relacionadas à idade avançada. Saiba mais

Por Revista Galileu

Com apenas uma única tomografia cerebral, cientistas conseguem agora medir a velocidade do envelhecimento humano. A técnica inovadora foi desenvolvida por pesquisadores da Universidade Duke, nos Estados Unidos.

A pesquisa, publicada no dia 1º de julho na revista científica Nature Aging, usou dados do Estudo Dunedin, que acompanhou a saúde de mais de 1.000 pessoas nascidas na Nova Zelândia em 1972 ou 1973. O acompanhamento foi feito desde o nascimento até os 45 anos.

Em quatro momentos ao longo de 20 anos, os pesquisadores mediram 19 biomarcadores relacionados à função cardíaca, o metabolismo, o sistema imunológico, entre outros. Assim, os cientistas desenvolveram o chamado “Ritmo do Envelhecimento”, um parâmetro que permitiu correlacionar os padrões de metilação do DNA (uma alteração química genética) em um único ponto no tempo.

Isso originou a medida DunedinPACE que, por sua vez, possibilitou muitos outros estudos sobre envelhecimento, embora ainda dependa da disponibilidade de dados de metilação (um tipo de processo bioquímico que causa a alteração do DNA ainda em vida), que são escassos em muitos estudos.

Previsão da velhice

Preenchendo a lacuna deixada pela DunedinPACE, o novo estudo obteve um meio de mensurar o envelhecimento por meio de exames cerebrais. Ressonâncias magnéticas coletadas em 860 participantes do estudo de Dunedin quando eles tinham 45 anos foram somadas a dados anteriores sobre declínio funcional, resultando em uma medida inédita, batizada de Ritmo de Envelhecimento de Dunedin Calculado a partir de Neuroimagem (DunedinPACNI).

Através de 315 medidas estruturais nos exames cerebrais, a DunedinPACNI previu as taxas de envelhecimento com precisão semelhante à de testes anteriores de metilação do DNA. Quando um paciente marcava uma pontuação mais alta nessa métrica, isso foi associado ao declínio da função física e cognitiva, bem como ao envelhecimento facial. Além disso, havia uma relação com pior equilíbrio, caminhada mais lenta, músculos mais fracos, coordenação prejudicada e pior saúde geral.

Mas os pesquisadores testaram também se a DunedinPACNI funcionaria em outros grupos de pessoas. Para tal, eles aplicaram o método em dados de dezenas de milhares de participantes, a maioria idosos, de outros estudos.

O resultado também foi favorável, permitindo prever com precisão comprometimento cognitivo, atrofia cerebral mais rápida e demência. Novamente, pontuações elevadas estavam relacionadas a mais problemas de saúde.

Por enquanto, a técnica ainda não é utilizada no ambiente clínico, porém, os cientistas acreditam que ela possa ajudar a melhorar o monitoramento da velhice, intervenções precoces e testes clínicos de intervenções para retardar o envelhecimento.

“O mais interessante disso é que capturamos a rapidez com que as pessoas envelhecem usando dados coletados na meia-idade, e isso está nos ajudando a prever o diagnóstico de demência entre pessoas muito mais velhas”, diz em comunicado o pesquisador Ahmad Hariri do Departamento de Psicologia e Neurociência na Universidade Duke. “Nós realmente acreditamos que isso pode ser uma nova ferramenta fundamental para prever e prever o risco de doenças, especialmente Alzheimer e demências relacionadas, e também talvez para obter uma melhor compreensão da progressão da doença”.

Foto: Ethan Whitman/Duke University

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