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Idade biológica da retina pode indicar maior risco de morte por doenças

Ao analisar quase 47 mil voluntários no Reino Unido, pesquisadores concluíram que retinas que “envelhecem mais rápido” são um presságio de morte precoce por diferentes condições

Por Revista Galileu

Um estudo publicado nesta terça-feira (18) na revista científica British Journal of Ophthalmology reuniu mais evidências de que existe uma ligação entre algumas características dos olhos e o risco de morte a que uma pessoa está exposta. Segundo os pesquisadores, que analisaram dados de 46.969 voluntários no Reino Unido, retinas que “envelhecem mais rápido” são um presságio de morte precoce por diferentes doenças.

Antes de tudo, é preciso entender a ideia de “idade da retina” apresentada pelos pesquisadores. Segundo eles, as condições dessa camada do tecido nervoso na parte de trás do olho, pode ser um indicador da idade biológica do corpo – ou seja, do quanto as estruturas biológicas do nosso organismo envelheceram. A “idade da retina” de determinada pessoa, portanto, não é necessariamente a mesma que sua idade cronológica – eça pode ser mais velha do que indica a data de nascimento.

A partir desse princípio, os autores do estudo analisaram um conjunto de mais 80 mil imagens da retina dos quase 47 mil britânicos entre 40 e 69 anos selecionados. A análise foi feita com a ajuda de um sistema de inteligência artificial, que determinou qual era a idade daquelas retinas que apareciam nas fotos. Uma parte dos voluntários foi acompanhada por quase 11 anos.

Durante esse período, os cientistas constataram que em 51% dos voluntários a retina envelheceu três anos a mais que a idade cronológica. Em 28% a diferença de envelhecimento foi de cinco anos e, em 4,5%, foi de 10 anos. Uma parcela dos voluntários também morreu durante a observação (5%), sendo 17% por doenças cardiovasculares, 54,5% de câncer e 28,5% de outras causas, incluindo demência.

O que os pesquisadores conseguiram concluir a partir do cruzamento dessas e de outras informações foi que a cada um ano de aumento na diferença da idade da retina, crescia em 2% o risco de morte por qualquer causa e em 3% o risco de morte por causas específicas (que não incluem doença cardiovascular e câncer).

Os resultados encontrados nesta nova pesquisa reforçam estudos anteriores, que já apontavam uma associação entre o desgaste na retina e o aparecimento de doenças. “Nossos novos achados determinaram que a diferença de idade da retina é um preditor independente de aumento do risco de mortalidade. Esses achados sugerem que a idade da retina pode ser um biomarcador clinicamente significativo do envelhecimento”, indica o artigo.

Foto: Unsplash