fbpx

CENTRAL DE ATENDIMENTO 24H: 0800 61 3333

Impressora 3D cura crianças com doenças respiratórias

Em um novo marco na impressão em 3D, médicos americanos foram capazes de salvar a vida de três crianças que sofrem de uma doença respiratória fatal, graças à produção de implantes personalizados que foram absorvidos por seus corpos.

Três bebês que estavam à beira da morte por uma traqueobroncomalácia, um transtorno incurável que provoca o colapso da traqueia, tiveram talas aplicadas que lhes permitiram recuperar e respirar normalmente – segundo o estudo publicado nesta quarta-feira na revista Science Translational Medicine.

Embora a técnica ainda não tenha sido aprovada pelos reguladores federais nos Estados Unidos, esses dispositivos personalizados, criados por uma impressora 3D, receberam uma exceção médica de emergência para estes casos particulares e ainda são considerados de alto risco.

Kaiba Gionfriddo, o primeiro que recebeu o tratamento, tinha três meses de idade quando passou pela cirurgia. Agora, ele é uma criança saudável de três anos que vai à pré-escola, disseram os pesquisadores.

As outras duas crianças tinham cinco e 16 meses quando foram submetidas à operação. Eles passam bem e não sofreram complicações.

“Esta é a primeira cura para a doença”, afirmou o principal autor do estudo, Glenn Green, professor de otorrinolaringologia pediátrica do Hospital Infantil C.S. Mott da Universidade de Michigan.

Cerca de uma em cada 2.000 crianças nasce com traqueobroncomalácia em todo o mundo, explicou Green. Uma vez que não conseguem exalar completamente, a traqueia das crianças fica propensa a entrar em colapso e o único tratamento é a sedação e cuidados intensivos. No entanto, existem complicações e as infecções são frequentes.

Green descreveu a expectativa de vida desses pequenos como “sombria”.

Os pesquisadores usaram tomografia computadorizada das vias respiratórias das crianças para criar um implante personalizado feito com biomateriais concebidos para expandir à medida que elas crescerem.

“As talas impressas eram tubos ocos e porosos que puderam ser costurados nas vias aéreas afetadas e eram feitas de policaprolactona, um polímero que se dissolve no corpo sem causar danos”, informou o estudo.

O processo de desenhar e imprimir o implante levou entre 1 e 3 dias.

A tecnologia poderia eventualmente tornar mais fácil tratar doenças raras que têm sido negligenciadas pelas empresas de equipamentos médicos por causa do alto investimento envolvido, disse o co-autor Scott Hollister.

Um teste clínico feito em 30 crianças deve ser realizado em breve. No campo da tecnologia 3D para a saúde, já são fabricados aparelhos auditivos, implantes dentários e algumas próteses.

Fonte: http://exame.abril.com.br/
Foto: fdecomite, via Flickr