No último domingo (25), Bruno Dias, acompanhado pelo irmão Roberto e pela mãe, foi visitar o avô Arnaldo de Noronha Dias, de 88 anos, internado na Coordenação de Emergência Regional da Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio, e encontrou o idoso morto. Segundo relato, o paciente estava numa maca, do mesmo jeito que havia sido deixado na véspera.
O caso foi noticiado inicialmente pelo jornal Extra. Segundo os parentes, o aposentado foi internado no dia anterior após sofrer uma convulsão e, 12 horas depois, ainda não havia o resultado de nenhum dos exames feitos. Em entrevista à GloboNews, o neto Roberto Dias Barbosa disse que o hospital não deu explicações à família sobre a situação do idoso.
“O hospital não deu explicação, esse que é o problema. Estava marcada para três horas a visita. Quando foi umas três e vinte a gente pôde entrar, pois o segurança havia dito que a médica não tinha liberado a visita ainda. Quando meu irmão entrou, encontrou meu avô do mesmo jeito que tinha deixado, em uma maca, e ele já tinha morrido. E ninguém viu, ninguém fez nada, ele não tinha uma monitoração, não tinha nada, estava abandonado”, afirmou o neto Roberto.
De acordo com Roberto, somente após a reclamação que a sua mãe fez e o pedido para falar com a médica, que um laudo foi dado à família sobre o estado do paciente. “Eles reclamaram, fizeram confusão. Foi aí que uma médica apareceu para falar que no exame de sangue dele estava dando uma infecção, mas que não sabia que infecção era essa. A médica disse que ele não podia sair porque estava com a infecção. Mas pode ficar tranquilo que a gente vai cuidar dele. E foi assim que eles cuidaram do meu avô, infelizmente”, criticou.
Ainda, segundo o rapaz, foi o seu irmão que constatou a morte do idoso e alertou aos médicos. “Meu irmão falou que ele estava morto. Que ele não estava respirando, não tinha pulso, que ele estava gelado. Aí meu irmão saiu no desespero da sala pedindo socorro. Veio uma equipe, levou ele embora e falou que ia tentar ressuscitar. Meu irmão falou: ‘Vai ressuscitar o que, se ele já morreu? Até onde eu sei você não pode ressuscitar alguém que já morreu”, afirmou o rapaz, indagando como uma sala é liberada para a família visitar o paciente sem que o médico cheque antes o estado de saúde do mesmo.
Em nota, a Organização Social Rio Saúde, que é a gestora da Coordenação de Emergência Regional da Barra, afirmou que Arnaldo de Noronha Dias recebeu todos os cuidados necessários e disse que o paciente infelizmente não respondeu satisfatoriamente ao tratamento e faleceu depois de uma parada cardiorrespiratória. Para a Rio Saúde, Arnaldo morreu depois que a família chegou para a visita. Em relação a demora par a avaliação dos exames, a Rio Saúde garante que todos foram avaliados no mesmo dia da chegada do paciente à unidade, tendo apontado diagnóstico de pneumonia e iniciado o tratamento.
Fonte: http://g1.globo.com/
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