A edição de março da revista Superinteressante traz em sua reportagem de capa um tema polêmico: “20 segredos que os médicos não contam”. Entre os tópicos, chama a atenção a seguinte conclusão: “Médicos cometem 12 milhões de erros por ano só nos Estados Unidos”. Detalhe: segundo a matéria, o número se refere apenas a erros de diagnóstico e não inclui aqueles cometidos em cirurgias.
“Três estudos estimaram a quantidade de erros médicos nos Estados Unidos. Sua conclusão: 12 milhões por ano. Os pesquisadores chegaram a essa estimativa, que se refere a erros de diagnóstico (não inclui outros tipos de erro, como em cirurgias) diagnóstico, analisando 2.544 casos. Os erros afetam 5.08% do total de diagnósticos. Segundo o estudo, a probabilidade de eles causarem dano aos pacientes é de 50%.
‘O número de denúncias ao Conselho tem aumentado. Em 1993, recebíamos cinco por dia. Hoje são 18’, diz Bráulio Luna, presidente do Cremesp. Errar é humano. Mas a cultura da infalibilidade médica não – e ela é, inclusive, apontada por médicos como uma causa do índice de suicídios na profissão.”
Médicos – e médicas – correm mais risco de cometerem suicídio
A revista traz outra constatação preocupante sobre maiores risco de suicídio na classe médica, o que coloca os profissionais da medicina como vítimas de um sistema repleto de pressões e contradições.
“Um estudo conduzido pela American Foundation for Suicide Prevention, em 2008, descobriu que o índice de suicídio entre médicos é 70% maior do que na população em geral. Entre médicas, 400% maior. ‘Há fatores que geram ansiedade e depressão, como alto número de horas trabalhadas, stress e a responsabilidade de lidar com tragédias humanas’, diz o psiquiatra Mauro Aranha, vice-presidente do Conselho Regional de Medicinado Estado de São Paulo (Cremesp).
Além das durezas clássicas da profissão, o alto índice também é sintoma de uma piora nas condições de trabalho, com jornadas cada vez mais árduas e difíceis. E isso leva alguns a buscar válvulas de escape. Uma pesquisa com sete mil cirurgiões nos EUA constatou que 13,9% deles têm problemas com álcool – o dobro da população. ‘O estudo avaliou cirurgiões, mas a gente vê isso em toda as áreas’, diz Alexandrina Medeiros, da comissão de saúde mental médica da Associação Brasileira de Psiquiatria”.
Fonte: http://super.abril.com.br/
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