O uso da tecnologia, dos smartphones e dos aplicativos veio para ficar na área da saúde. As lojas de aplicativos para IOS e Android disponibilizam uma imensa variedade de opções que crescem a cada dia e vão desde apps fitness, que ajudam com a dieta e a prática de exercícios, até aqueles voltados para a saúde, como controladores de glicose, ritmo cardíaco e consultas médicas.
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Lançado há menos de um ano, o Docway, por exemplo permite chamar um médico até sua casa com a mesma facilidade de pedir um Uber ou comida por delivery. Segundo Fábio Tiepolo, CEO da Docway, a ideia surgiu da “necessidade de inserir a tecnologia na área de saúde, aliado à conveniência, rapidez e qualidade”. Além disso, é uma forma de resgatar o contato humano entre médicos e pacientes e renovar a tradição das visitas domiciliares. “Em Minas, onde essa prática ainda é bastante comum, o aplicativo foi muito bem recebido”, conta Tiepolo.
Outro aplicativo que veio para ajudar os pacientes a manter sua saúde em dia é o Einstein Vacinas. Desenvolvido pelo Hospital Albert Einstein, o app ajuda a manter a caderneta de vacinação em dia ao emitir alertas avisando quando as doses devem ser tomadas e indicar a Unidade Einstein ou Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima de acordo com a geolocalização do paciente. Segundo Eduardo Cordioli, gerente médico da Unidade Ibirapuera e idealizador do aplicativo, a ideia surgiu após ele perceber que muitos pacientes deixam de tomar alguma vacina ou de voltar para a segunda ou terceira dose simplesmente porque não se lembram.
Entretanto, com a alta conectividade, vem o risco de ataques cibernéticos. Tanto que, um dos desafios da área de saúde em 2016, segundo a pesquisa, é justamente garantir a segurança desses dispositivos e sistemas. O uso dos dados gerados por estes aplicativos – fenômeno conhecido como big data – também gera controvérsia.
Ao mesmo tempo que estas informações podem ajudar os médicos a salvar vidas, a privacidade dos usuários é questionada. Um estudo publicado em março na revista científica JAMA, mostrou que dados de pacientes são vazados para anunciantes e outras bases de dados sem o devido consentimento. Entre os 211 aplicativos analisados, 81% não tinham políticas de privacidade estabelecidas e, nos 19% restantes, as políticas eram pouco transparentes.
Nos Estados Unidos, a agência reguladora de medicamentos (FDA, na sigla em inglês), regulamenta aplicativos usados para o diagnóstico, cura, mitigação, tratamento e prevenção de doenças ou que afetem a estrutura ou qualquer função do corpo. Ou seja, os aplicativos regulados são aqueles que transformam o celular em um dispositivo médico, como um medidor de pressão arterial, insulina, estetoscópio ou um leitor de glicose no sangue. Já aplicativos relacionados ao bem-estar como dieta, exercícios ou reguladores de sono não entram na lista.
Uma pesquisa da Top health industry issues of 2016, da network global PwC, mostra que o número de pacientes que fazem uso de aplicativos relacionados à saúde em seus smartphones dobrou em 2015 em relação a 2013, passando de 16% para 32%. Além disso, a maioria dos pacientes entrevistados (60%) se mostraram dispostos a realizar uma consulta médica por videoconferência e 81% dos médicos participantes disseram que o acesso a informações médicas por meio de dispositivos móveis ajuda no tratamento dos pacientes.
Essa tendência se reflete diretamente no lançamento de aplicativos relacionados ao bem-estar e aos cuidados de saúde. Entre as novidades neste ramo no Brasil estão os que ajudam os pacientes a manter a vacinação em dia e os que facilitam o atendimento médico.
No Brasil, ainda não há uma regulamentação específica para aplicativos de saúde, mas o Docway, por exemplo, tem o aval do Conselho Regional de Medicina (CRM) do Paraná, onde foi inicialmente lançado e atua seguindo regras do Conselho Federal de Medicina (CFM) que, por exemplo, proíbe a divulgação da avaliação dos profissionais de saúde cadastrados.
Fonte: Revista Veja
Foto: Waylivve