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Cannabis pode aliviar a dor, mas há incertezas sobre riscos, diz estudo

Relatório de um painel de 17 membros fez uma revisão de pesquisas científicas publicadas desde 1999 sobre o consumo da substância

 

Por France Presse / AFFP
Do Bem Estar/ Globo

 

A maconha pode ajudar a aliviar a dor de forma segura para alguns pacientes, mas muitas incertezas permanecem sobre seus riscos para a saúde e a segurança, de acordo com um amplo estudo publicado na quinta-feira (13). Um comitê das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina dos Estados Unidos (NASEM) analisou mais de 10.000 artigos científicos para chegar às suas quase 100 conclusões.

O relatório de um painel de 17 membros oferece uma “revisão rigorosa das pesquisas científicas relevantes publicadas desde 1999”, disse uma declaração da NASEM.

Cannabis, o nome científico da planta cujos botões e folhas secas fazem a maconha, é a droga ilícita mais popular nos Estados Unidos. Uma pesquisa recente mostrou que mais de 22 milhões de americanos de 12 anos ou mais relataram usar a droga nos últimos 30 dias. Nove em cada 10 usuários adultos afirmaram que usavam a droga para fins recreativos, enquanto apenas 10% alegaram fins exclusivamente médicos.

“Há anos o panorama do uso de maconha tem se transformado rapidamente, à medida que mais e mais estados estão legalizando a cannabis para o tratamento de condições médicas e para o uso recreativo”, disse Marie McCormick, presidente do comitê e professora de saúde maternal e infantil da Universidade de Harvard.
“Esta aceitação, acessibilidade e uso crescentes da cannabis e seus derivados têm levantado importantes preocupações de saúde pública”, acrescentou.

McCormick disse que o relatório busca abordar o fato de que “a falta de qualquer conhecimento agregado de efeitos na saúde relacionados à cannabis levou à incerteza sobre se existem e quais são os danos ou benefícios do seu uso”.

Benefícios

O estudo descobriu que os pacientes que usavam cannabis para tratar dores crônicas eram “mais propensos a experimentar uma redução significativa nos sintomas da dor”. Adultos com espasmos musculares relacionados à esclerose múltipla também melhoraram seus sintomas ao usar certos “canabinoides orais” – medicamentos sintéticos feitos à base de canabinoides.

Também foram encontradas evidências conclusivas de que estes canabinoides orais poderiam prevenir e tratar náuseas e vômitos em pessoas com câncer que recebem tratamento quimioterápico. “Fumar cannabis não aumenta o risco de cânceres frequentemente associados com o uso do tabaco – como os cânceres de pulmão e de cabeça e pescoço”, acrescentou o relatório.

Além disso, o comitê “encontrou evidências limitadas de que o uso de cannabis está associado a um subtipo de câncer testicular”.

Riscos

Os riscos do uso de cannabis incluem a possibilidade de desencadear um ataque cardíaco, mas são necessárias mais pesquisas para entender “se e como o uso de cannabis está associado a ataques cardíacos, acidentes vasculares cerebrais e diabetes”.

Fumar cannabis pode causar bronquite e tosse crônica, mas a interrupção do uso “provavelmente reduz essas condições”, e ainda não está claro se há qualquer vínculo com doenças respiratórias, incluindo doença pulmonar obstrutiva crônica, asma ou piora da função pulmonar.

Em relação à saúde mental, o comitê descobriu que “o uso de cannabis provavelmente aumenta o risco de desenvolver esquizofrenia, outras psicoses e distúrbios de ansiedade social e, em menor medida, depressão”.

 

Foto: Divulgação