Ter uma alimentação saudável nesse período do dia ajuda a evitar o entupimentos das artérias, associado a infarto e AVC
Por Guilherme Eler (da Superinteressante)
Por mais trivial que pareça, pular o café da manhã tem impacto direto na saúde. E os resultados de um novo estudo espanhol acrescentam mais uma consequência nociva à lista de males decorrentes desse hábito. Incorporar o jejum matinal estreita as artérias do organismo, o que abre as portas para um monte de doenças cardiovasculares.
A pesquisa analisou a saúde e os hábitos de 4 052 pessoas. Todas eram funcionárias de um banco e não tinham na família histórico de problemas cardiovasculares. Eles passaram por uma série de avaliações, que extraíram dados como seu IMC (índice de massa corporal) e seus níveis de colesterol. Além disso, os cientistas consideraram critérios como escolaridade, tabagismo e prática de atividades físicas.
Do total de participantes, 25% aproveitava bem café da manhã, consumindo pelo menos 20% de suas 2 mil calorias diárias nesse momento. A maioria das cobaias (70%), porém, ingeria entre 5 e 20% de sua cota calórica diária na primeira refeição – o que é considerado pouco. E 3% chutava o pau da barraca completamente: gastavam menos minutos no café da manhã, mandando para dentro apenas uma xícara de café ou um suco de frutas, ou não comendo absolutamente nada ao acordar.
Em resumo, quem não comia de manhã acumulava 1,5 vezes mais gordura nas artérias – em comparação à quem consumia 20% ou mais de suas calorias diárias nesse período. Em algumas regiões do corpo, o total de gordura chegava a ser 2,5 vezes maior. E esse acúmulo gorduroso nos vasos sanguíneos está atrelado a um maior risco de infarto a AVC.
Fora isso, a turma que não tomava café da manhã registrou uma circunferência maior do quadril, IMC e pressão arterial altos, mais lipídios no sangue e níveis elevados de glicemia. As pessoas que pulam o café da manhã não só comem tarde e de forma estranha, mas também têm um estilo de vida pobre”, disse Valentín Fuster, um dos do estudo, em entrevista ao The Guardian. Quem se encaixava nessa categoria também relatou consumir mais carne vermelha, beber mais álcool e fumar mais.
Foto: Alex Silva/SAÚDE é Vital