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Restrição a agrotóxico usado no milho e na soja começa a valer nesta quinta

Paraquate está associado à doença de Parkinson em trabalhadores e foi proibido pela Anvisa em 2017. Agricultores vão começar a passar por fase de transição

Por G1
A restrição ao agrotóxico Paraquate, usado no milho e na soja, começa nesta quinta-feira (22). A substância foi associada à doença de Parkinson em trabalhadores que entraram em contato com o produto.

A doença de Parkinson é uma condição neurológica degenerativa que leva ao tremor, rigidez, distúrbios na fala e problemas de equilíbrio.

Segundo a agência, os indícios de que o agrotóxico pode levar à doença foram encontrados em agricultores — e não há evidências de que os resíduos encontrados nos alimentos levem à condição

A partir de quinta-feira (22), agricultores deverão assinar um termo de risco e de responsabilidade sobre o uso do produto e empresas deverão desenvolver folhetos em que enfatizem sua toxicidade aguda e associação à doença degenerativa.

Distribuidoras do composto também deverão promover cursos para orienta usuários sobre o melhor manejo do agrotóxico.

O Paraquate é utilizado na agricultura no Brasil para o combate de ervas daninhas em culturas como a do milho, algodão, soja, feijão e cana-de-açúcar.

Também foram proibidos a venda de galões menores que 5 litros.

Proibição e estudos
Em setembro de 2017, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) decidiu proibir a comercialização do Paraquate em todo o território brasileiro. Essa proibição, no entanto, só será válida em três anos a partir da decisão.

Assim, as restrições fazem parte de uma transição para a proibição total.

Segundo relatório do GGTOX, grupo de trabalho de toxicidade da Anvisa, o produto tem qualificação toxicológica I, considerado extremante tóxico. A agência começou a analisar o produto em 2008.

De acordo com a análise das evidências científicas, o grupo considerou haver peso suficiente para comprovar o potencial do herbicida de induzir aberrações cromossômicas em células.

Ainda, em análise da Fiocruz em 2009, foram encontradas evidências suficientes na literatura científica relacionadas à intoxicação aguda e à capacidade do produto de desregular hormônios. Também o paraquate pode promover mutações celulares e afetar o sistema reprodutivo.

Foto: Werneck Almada/ Divulgação Ibama