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Pela 1ª vez, OMS publica lista com diagnósticos essenciais para centros de saúde

Objetivo é possibilitar tratamento precoce, aumentar chances de cura e direcionar investimentos. Segundo entidade, 46% dos adultos com diabetes tipo 2 não foram diagnosticados

Por G1

A Organização Mundial de Saúde publicou, pela 1ª vez, uma lista de 113 diagnósticos as quais todas as pessoas deveriam ter acesso. Tratam-se dos testes mais comuns, como para detecção do HIV e diabetes, até de doenças prioritárias para o combate global: como a malária. Os testes são recomendações e não têm o poder de serem obrigatórios; as decisões da OMS, entretanto, servem para justificar e validar políticas de saúde de governos locais.

A lista com os testes chega para complementar uma outra mantida pela OMS — a de medicamentos essenciais, que existe há mais de quatro décadas. Ela foi elaborada entre os dias 16 e 20 de abril desse ano em reuniões com 19 especialistas nos arredores da sede da OMS em Genebra (Suíça).

A iniciativa é importante por motivos que vão desde ao tratamento a um melhor uso de recursos. A ausência de testes de rotina para HIV e tuberculose, por exemplo, podem deixar as doenças mais difíceis de tratar e facilitar sua disseminação: tratamentos antirretrovirais hoje contra o HIV, por exemplo, têm o poder de deixar a carga viral tão baixa que soropositivos para o vírus perdem o potencial de infectar outras pessoas.

Outro ponto é que a ausência de diagnóstico atrasa tratamentos: a OMS estima, por exemplo, que 46% dos adultos mundialmente não receberam o diagnóstico para a diabetes tipo 2. A condição pode levar à cegueira e à amputação se não tratada — juntamente com outras consequências tóxicas para o organismo.

Exames dependem de avaliação
Os 113 testes são divididos em dois grupos: 58 para o diagnóstico de condições comuns, como o rastreamento de sangue e urina; e os outros 55 para doenças prioritárias para o monitoramento e controle, como HIV, tuberculose, malária, hepatites B e C, HPV e sífilis. Confira alguns;

Hemoglobina – para detecção de anemia;
Contagem de glóbulos brancos – para detecção de infecções;
Albumina – para detectar má nutrição, doenças do fígado e do rim;
Glicose – para diagnosticar diabetes e hipoglicemia;
Hemoglobina glicada – para monitorar diabetes;
Diagnósticos para Hepatite B;
Diagnósticos para Hepatite C;
Testes para HIV;
Testes para malária;
Testes para tuberculose (a depender das condições laboratoriais, pode incluir mapeamento para bactérias resistentes);
Testes para sífilis;
Testes de eletrólitos (monitoramento de danos a órgãos) ;
Proteína C-Reativa (para detectar inflamações; também é um indicador de doença cardiovascular);
Perfil de lipídios (colesterol, triglicérides);
Bilirrubina – Monitora doenças de fígado, pâncreas e pode indicar anemia;
Exames de urina (para detectar contagem de células brancas e vermelhas, bactérias e outros micro-organismos);
PH do sangue e gases (para detectar função pulmonar, metabólica e monitorar terapias com oxigênio);
Creatinina (marcador para uma série de condições, como infecções generalizadas);
Painel metabólico (pode incluir glicose, cálcio, creatinina);
Segundo a OMS, muitos dos testes são adequados para cuidados de saúde primários como Unidades Básicas de Saúde; já outros, necessitam de hospitais com laboratórios. A entidade indica que a lista é básica e será agora atualizada periodicamente. O principal intuito, entretanto, é ajudar países em desenvolvimento a decidir para onde vai o investimento.

A OMS indica que a adoção dos testes vai depender da opinião do médico — que vai analisar a necessidade individual por meio dos sintomas e de dados epidemiológicos do entorno: por exemplo, um pedido para testes de malária deve considerar se a pessoa mora em um país endêmico ou se viajou recentemente para regiões onde há transmissão.

Foto: Jarmoluk/Pixabay

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