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Fechamento de fábrica de Aedes transgênico não afeta projeto em Piracicaba, diz prefeitura

Empresa responsável pela produção dos mosquitos geneticamente modificados deixará de ter sede na cidade

Por G1 Piracicaba e Região

A Secretaria Municipal de Saúde de Piracicaba (SP) afirmou, em nota enviada nesta segunda-feira (23), que o fechamento da fábrica da Oxitec Brasil, empresa responsável pela produção de Aedes aegypti geneticamente modificado, não vai afetar o projeto da cidade. O contrato com a companhia vai até 2020 e, segundo as duas partes, a soltura dos mosquitos continuará.

A fábrica, inaugurada em outubro de 2016 na cidade, é capaz de produzir 60 milhões de insetos geneticamente modificados por semana para combate ao Aedes aegypti, transmissor de dengue, zica e chikungunya. O projeto teve início antes, em julho de 2015, e foi pioneiro com uso do mosquito OX513A.

Em abril de 2017, a Oxitec divulgou que houve a supressão de 81% das larvas selvagens do Aedes aegypti na região em que os insetos modificados foram soltos, em comparação com as áreas não tratadas.

Segundo a prefeitura, o número de casos das três doenças caiu ano a ano desde 2015, quando o projeto começou.

O fechamento da fábrica
Segundo a Oxitec, a companhia está transitando para a nova geração do “Aedes do Bem”, que tem uma tecnologia que não requer uma fábrica como a de Piracicaba e permite que a empresa implemente suas ofertas usando configurações de produção “flexíveis”.

Por nota, a empresa também informou que o fechamento da unidade não impacta na parceria com a cidade e continuará soltando os mosquitos em cumprimento ao contrato. Outra fábrica, com sede em Campinas (SP), vai produzir os aedes modificados para atender Piracicaba.

“A Oxitec Brasil continua comprometida com sua forte parceria com a cidade de Piracicaba e continua comprometida com seus contratos a partir de sua outra instalação Oxitec de última geração nas proximidades”.

O G1 questionou quantos funcionários atuam na planta de Piracicaba, mas a empresa não informou.

A tecnologia
O mosquito transgênico usado em Piracicaba cruza com as fêmeas selvagens e as larvas geradas por ela, tantos de fêmeas quanto de machos, não chegam à fase adulta, diminuindo a população do Aedes na região. A nova linhagem, com projeto piloto em Indaiatuba, tem as mesmas características da primeira, mas com a diferença de que, depois que o macho cruza, somente as descendentes fêmeas morrem.

Os novos machos herdam os genes do mosquito modificado e, após cada cruzamento, seguem as mortes somente das fêmeas, diminuindo a população. Os mosquitos machos não picam e nem transmitem doenças. Somente as fêmeas picam os humanos, pois precisam do sangue para produzir os ovos. Com isso, os riscos de transmissão da dengue, chikungunya e zika diminuem.

Nova ‘geração’ em Indaiatuba
A soltura da nova linhagem começou em 23 de maio nos bairros Morada do Sol, Cecap, Jardim Itamaracá e Jardim Moacyr Arruda, em Indaiatuba.

A Oxitec recebeu a autorização da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) para realizar os testes da nova espécie do “Aedes do Bem” em Indaiatuba no mês de agosto de 2017. A empresa informou que o monitoramento das áreas será realizado com “ovitrampas” (armadilhas para ovos) e armadilhas para mosquitos adultos. As amostras serão coletadas uma vez por semana e enviadas ao laboratório para análise.

Os mosquitos serão soltos durante 12 meses, de três a seis vezes por semana. Segundo a Oxitec, a quantidade dos insetos é baseada de acordo com a estimativa populacional do local.

Foto: Claudia Assencio/G1