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Álcool em excesso: podemos ajudar?

Por Ana Escobar, G1

Impossível imaginar o mundo de hoje sem que amigos se encontrem pelas mais variadas razões para compartilhar uma cerveja gelada, um bom vinho ou uma caipirinha, por exemplo. Difícil também imaginar uma comemoração importante sem um brinde com um espumante qualquer. O consumo social do álcool é rotina na vida dos adultos, em quase todas as regiões do mundo contemporâneo.

Por outro lado, é de conhecimento de todos que o álcool pode causar algumas doenças graves e/ou dependência, o que é essencialmente terrível para qualquer ser humano, pois pode desestruturar emocionalmente uma pessoa e seus familiares e amigos mais próximos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) acaba de divulgar dados que podem nos fazer pensar e ter mais cuidado ainda quando bebermos, mesmo que socialmente.

Um estudo divulgado pela OMS neste mês de setembro apontou que em 2016 mais de 3 milhões de pessoas morreram no mundo em decorrência do uso perigoso do álcool. Isso significa que 1 em cada 20 mortes que houve neste ano esteve diretamente relacionada ao uso abusivo do álcool. Ressalte-se que, dentre estes 3 milhões, mais de 3/4 eram homens.

Este relatório observa um dado que nos deve fazer refletir: de todas as mortes atribuídas ao álcool, 28% foram por causas agudas e atribuídas a acidentes de carro ou situações que envolveram algum tipo de violência como brigas, por exemplo. Além disso, 21% deveram-se a problemas digestivos; 19% em consequência de problemas cardiovasculares e o restante deveu-se a problemas infecciosos, câncer, doenças mantais e outras.

Saliente-se, portanto, que muitas das causas de morte mais comumente observadas com o consumo do álcool deveram-se pontualmente a acidentes ou violência; não sendo necessariamente relacionadas à dependência ou doenças crônicas como a cirrose, por exemplo.

O consumo de álcool faz parte da vida social normal de muitas pessoas que habitam este planeta. Tudo certo. Reforça-se, porém, a essencial importância de que beber exige também que se tenha responsabilidade própria e principalmente para com os outros. Dirigir depois de beber – mesmo que tenha sido “só um pouco” – é inconcebível e podemos colocar a vida de muitas pessoas – crianças inclusive – em risco de morte.

O grande problema é que um dos efeitos da bebida sem moderação é justamente enevoar o raciocínio lúcido e retirar das pessoas o senso de responsabilidade. Quem bebe sem controle fica solto e se desamarra de obrigações, do bom senso, da boa educação e das atitudes responsáveis. Torna-se um perigo para si e para os outros.

Por isso cabe a pergunta: o que podemos fazer para ajudar pessoas, sejam ou não amigos e/ou familiares que, ao nosso lado, beberam demais? O álcool em excesso acaba sendo uma situação que merece a atenção de todos: de quem bebeu e também de quem não bebeu. Pensemos nisso.

Foto: jarmoluk/Creative Commons

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