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Cientistas criam implante que transforma sinais cerebrais em fala

Decodificador mapeou áreas do cérebro usadas na fala. Dispositivo precisa ainda ser capaz de criar fala quando não há movimento da boca

Por G1

Neurocientistas desenvolveram um implante capaz de transformar sinais cerebrais em fala. O estudo foi publicado na revista científica britânica “Nature”. O resultado tem potencial de ajudar pessoas que perderam a capacidade de falar por causa de doenças como Parkinson, esclerose e derrame.

O objetivo dos cientistas era desenvolver uma forma de criar fala de maneira mais rápida, já que a maioria das opções disponíveis atualmente exigem que as pessoas façam pequenos movimentos para selecionar letras ou palavras em uma tela.

Caso semelhante ao do físico Stephen Hawking, morto em 2018, e que sofria de esclerose lateral amiotrófica (ELA). Hawking falava através de uma máquina ativada por um sensor em sua bochecha e no dedo, mas de forma lenta e sem entonação.

Edward Chang, neurocirurgião da Universidade da Califórnia e um dos autores do estudo, diz que em média estes aparelho reproduzem até 10 palavras por minuto quando geralmente falamos 150 palavras por minuto.

Mapeando o cérebro

Chang e seus companheiros criaram um decodificador neural capaz de sintetizar a fala através das transmissões no córtex cerebral.

Cinco voluntários em tratamento contra a epilepsia participaram do estudo e tiveram eletrodos implantados na superfícies de seus cérebros. Então, a equipe registrou a atividade cerebral que acontecia enquanto os participantes liam frases em voz alta.

Eles combinaram essas gravações com dados de experimentos anteriores que determinaram como os movimentos da língua, lábios, mandíbula e laringe criavam sons na hora de falar.

O próximo passou foi usar inteligência artificial para simular os movimentos da fala e passar estes dados para o decodificador. O aparelho é capaz de transformar os sinais cerebrais em movimentos da fala e posteriormente em voz artificial.

Segundo Chang, pessoas que ouviram a fala sintética produzida pelo decodificador conseguiram entender as frases em 70% das vezes.

Os cientistas ainda precisam analisar como o decodificador funciona quando não há movimentos de fala envolvidos, já que o mapeamento do cérebro foi feito usando palavras que foram ditas pelos pacientes.

É preciso entender como o implante se comporta quando a boca não se movimenta e como aumentar sua capacidade da fala.

 

Foto: Universidade da Califórnia

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