Despejo diário do equivalente a nove piscinas olímpicas de esgoto na Baía de Guanabara poderia ser evitado, de acordo com os pesquisadores.
Por G1
Um levantamento feito pela Casa Fluminense, organização que analisa dados oficiais da Região Metropolitana do Rio, mostra que essa região teve 2.208 internações em 2018 por causa de doenças ligadas a falta de saneamento básico. O estudo foi obtido com exclusividade pelo RJ1.
São contabilizados casos de leptospirose, malária, febre amarela, dengue e esquistossomose, por exemplo. Dessas internações, 71% são de crianças de até 9 anos de idade.
Em Bento Ribeiro, Zona Norte da cidade, Seu José se queixa de um rio assoreado ao lado de sua casa.
“Moro aqui há 30 anos e nunca vi o rio ser limpo. O esgoto é jogado in natura nele. Minha esposa ficou quatro dias internada por causa de dengue. Não tem tratamento de esgoto e a gente paga a taxa de esgoto”, protesta.
Em Campos Elíseos, em Duque de Caxias, o problema é semelhante.
Nove piscinas olímpicas de esgoto
“Fiquei 15 dias doente aqui. Dor nas juntas. Eu não sei se era chikungunya porque o posto estava lotado. Meu filho pegou chikungunya, meu neto pegou. A vizinha ali da casa, todo mundo pegou chikungunya. O vizinho ali também ficou muito ruim. Estamos largados”, diz dona Ediçalma.
Os pesquisadores dizem que o problema poderia ter sido evitado, caso as obras do Programa de Saneamento Ambiental dos Municípios do Entorno da Baía de Guanabara tivessem sido concluídas.
O estudo mostra ainda que, se as nove principais estações de tratamento de esgoto funcionassem plenamente, seria possível evitar o despejo de 276 piscinas olímpicas de esgoto na Baía de Guanabara – por dia.
Foto: Reprodução/Inter TV RJ