Levantamento mostra que oferta de leitos de terapia intensiva é mais crítica nos estados do Piauí, Amazonas, Acre, Amapá e Roraima. Dados são de 2019
Por Bem Estar
Um levantamento divulgado nesta quinta-feira (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que menos da metade dos leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do país pertencem ao Sistema Único de Saúde (SUS). Além disso, evidenciou que as Regiões Norte e Nordeste têm a menor oferta deste tipo de leito.
Os dados são referentes a dezembro de 2019 e têm como base o Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde (DataSUS). Assim, eles não refletem eventuais investimentos feitos para o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus no país.
De acordo com o levantamento, o país possuía 31.913 UTIs, das quais 15.227 pertenciam à rede pública. Com o agravamento dos casos de Covid-19 no Brasil, especialistas já haviam apontado para a possível necessidade de o governo controlar os hospitais privados para conseguir atender à demanda por leitos.
Segundo o IBGE, considerando as UTIs disponíveis tanto na rede pública quanto privada, as Regiões Norte e Nordeste são as que apresentavam a menor oferta de leitos para cada 100 mil habitantes – respectivamente 1,0 e 1,1. No Centro-Oeste esta razão era de 2,2 e no Sul, de 2,6. O Sudeste apresentava a maior razão, com 3,5 leitos por 100 mil habitantes.
Entre os estados, as situações mais críticas foram observadas no Roraima, Amapá, Acre, Amazonas e Piauí. Já o Distrito Federal foi unidade da federação com a maior disponibilidade de leito a cada 100 mil habitantes
“O objetivo desta pesquisa é dar visibilidade a essas diferenças regionais. À medida que a epidemia avança país a dentro, esses dados podem servir de base para a construção de políticas públicas para o enfrentamento à doença”, enfatizou o coordenador de Geografia do IBGE, Cláudio Stenner.
Oferta de respiradores
Ao analisar a oferta de respiradores no país, considerando tanto o SUS quanto a rede privada, novamente as regiões Norte e Nordeste apresentaram a situação mais crítica – ambas com 4,3 respiradores para cada 100 mil habitantes. No Centro-Oeste esta razão subia para 7,9, no Sul para 9,7 e no Sudeste para 10,5.
Entre as unidades da federação, o Distrito Federal novamente despontou com a maior oferta de respiradores – 62 respiradores a cada 100 mil habitantes. Na outra ponta aparece o Amapá, com apenas 10,4 aparelhos por 100 mil habitantes.
Capital Humano
A pesquisa investigou também a disponibilidade de médicos e enfermeiros no país. Assim como observado quanto à oferta de UTIs e respiradores, Norte e Nordeste contavam com a menor relação destes profissionais por 100 mil habitantes, enquanto o Sudeste apresentava a maior razão de médicos e o Centro-Oeste, de enfermeiros.
Enquanto no Norte e Nordeste havia, respectivamente, 53,8 e 55,5 médicos por 100 mil habitantes, o Sudeste contava com 106,2. No Centro-Oeste eram 82,3 e no Sul, 98,3.
Já a relação de enfermeiros no Norte e Nordeste era de 85 e 87 por 100 mil habitantes, respectivamente, enquanto no Centro-Oeste esta razão chegava a 102. No Sudeste era de 100 e no Sul, 99.
Por estado, a menor disponibilidade de médicos por 100 mil habitantes foi observada no Maranhão (80), Pará (85), Amapá (95), Acre (108) e Amazonas (111).
Já quanto aos enfermeiros, as menores razões foram observadas no Pará (75), Alagoas (100), Goiás (101), Sergipe (101) e Amazonas (102).
Foto: CRGBA/Divulgação