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Falta de investimento prejudica implantação de novas tecnologias na saúde

Médicos avaliam como setor da saúde tem lidado com os desafios impostos pela pandemia, citam oportunidades de crescimento e criticam pouco investimento na área

Por Galileu

Desde o início da pandemia, a forma de fazer ciência e cuidar da saúde mudou rapidamente. Mais agilidade, produções em maiores escalas, formas melhores de transportar ou armazenar vacinas e medicamentos são algumas das demandas que os novos tempos exigem.

Para fazer um balanço dessas transformações e de como podemos incorporá-las para além da atual situação, a Novartis e a Singularity University, dos Estados Unidos, organizaram o evento Future Talks nesta quarta-feira (09). A cerimônia contou com a participação de pesquisadores brasileiros e estrangeiros, que avaliaram as oportunidades e desafios do uso de novas tecnologias em terapias avançadas em saúde no Brasil.

“Sem dúvida nenhuma, os cientistas fizeram e estão fazendo o dever de casa”, avalia Denizar Vianna, professor Associado da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). “Agora, temos que incorporar ferramentas inovadoras no sistema público para melhorar a eficiência e entregar mais para a população.”

Para o médico, que é ex-secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, as vantagens de implementar novas tecnologias na saúde são claras — como a melhoria no atendimento, nos resultados e na longevidade dos pacientes — mas há entraves financeiros para que haja investimento na área. “O investimento em saúde pública no Brasil está abaixo do que outros países com saúde de acesso universal praticam”, afirma. Países

Em relatório da pulicado pela Secretaria do Tesouro Nacional em 2018, por exemplo, citam-se dados do Banco Mundial que mostram que o gasto do Brasil com saúde pública em 2015 foi de 3,8% do PIB, ligeiramente maior do que a média latino-americana (3,6%) e bem menor do que a média de países desenvolvidos (6,5%).

Segundo Vianna, também é necessário criar indicadores de infraestrutura, processos e resultados. “Precisamos ter essas métricas na saúde para que possamos medir a performance dos prestadores de serviço e identificar maneiras de ter uma gestão mais eficiente”, sugere.

Por outro lado, outros aspectos na gestão da área da saúde tem avançado por conta da pandemia, destacaram os palestrantes do evento. “Com a Covid-19, nós abraçamos um sistema de trabalho que alia o caos e a ordem, porque não podemos mais pensar como se estivéssemos em um mundo linear”, afirma Pascal Finette, fundador da frente de empreendedorismo e inovaçao da Singularity University. Para ele, essa é razão pela qual, em apenas 10 meses, temos várias candidatas à vacina bem-sucedidas em fases avançadas de teste.

Foto: Mohsen Atayi/Wikimedia Commons