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Imagem infravermelha pode aumentar precisão do diagnóstico de Covid-19

Técnica poderia ajudar a identificar casos assintomáticos da doença causada pelo vírus Sars-CoV-2, segundo estudo da Universidade McGill, no Canadá

Por Revista Galileu

A termografia infravermelha, um exame de imagem que detecta variações de calor, pode servir para diagnosticar casos de Covid-19, inclusive em pacientes assintomáticos. É o que indica um estudo realizado por pesquisadores da Universidade McGill, no Canadá.

A descoberta, publicada no periódico European Journal Of Investigation, pode servir de alternativa para as medições de temperatura, que são as mais utilizadas na entrada de estabelecimentos para detectar indivíduos infectados pelo vírus Sars-CoV-2.

O método de medição de calor convencional, segundo os pesquisadores, apresenta falhas importantes. A primeira é que, a menos que a temperatura seja medida na axila, boca ou no tímpano, o que muitas vezes é registrado é “o calor” da pele, e não do corpo.

O problema é que, enquanto a temperatura corporal se mantém em torno de 37ºC, a da pele varia muito, por causa de fatores do ambiente como umidade, calor, atividade física, hormônios e diferenças no fluxo sanguíneo. Fora que vários fatores podem encadear febre, não apenas a Covid-19.

Então os estudiosos deixaram os dados mais precisos com a técnica de termografia infravermelha, identificando que uma temperatura igual ou superior a 0,55º C entre a testa e o olho é altamente preditiva de que houve infecção pelo Sars-CoV-2.

No estudo, foram considerados exames de termografia infravermelha de 60 pessoas com sintomas respiratórios leves e histórico de contato próximo com indivíduos infectados pelo coronavírus, além de 20 voluntários com testes negativos para o agente infeccioso.

Para chegar aos resultados, os pesquisadores usaram a temperatura da testa apenas como um ponto de referência, que foi comparado com a do olho. A lógica era que o globo ocular tem uma região chamada de carúncula ocular, que tem muitos vasos sanguíneos.

Esses vasos, por sua vez, respondem a estímulos inflamatórios, como os causados pelo Sars-CoV-2. “O vírus da Covid-19 demonstrou afetar os vasos sanguíneos e o tecido ocular, portanto, essa região potencialmente oferece uma janela para o processo infeccioso”, detalha, em comunicado, o coautor da pesquisa, Jose L.Ramirez-Garcia Luna, da Divisão de Cirurgia Experimental da McGill.

O estudo que utilizou termografia para detectar a Covid-19 pode abrir caminho para melhores estratégias de diagnóstico. Todavia, Luna afirma que é preciso ter cautela com os resultados, pois trata-se de estudo piloto e ainda será preciso se preocupar com a questão ética de obter a imagem do rosto de pacientes.

Uma resolução para isso, de acordo com o expert, seria borrar as imagens e automatizar o processo para ser aplicado em entradas de edifícios e estações de metrô, por exemplo. “Atualmente, estamos trabalhando na automação do método para eliminar parte de sua variabilidade e em busca de parcerias para testar em diferentes cenários”, conta Luna.

Foto: NIAID

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