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Não tomar a 2ª dose da vacina pode prolongar pandemia, aponta estudo

Pesquisa norte-americana mostra que boa parte da população não sabe que a forte proteção contra o vírus é conquistada somente após algumas semanas da segunda aplicação

Por Revista Galileu

Em estudo com mil adultos norte-americanos, pesquisadores concluíram que a desinformação acerca da segunda dose da vacina contra Covid-19 pode prolongar os efeitos da pandemia. A pesquisa, que considerou imunizantes da Moderna e Pfizer/BioNTech, foi publicada na quarta-feira (28), no jornal New England Journal of Medicine.

Segundo os estudiosos, menos da metade dos entrevistados acredita na informação dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) do EUA de que as duas opções de vacina fornecem forte proteção contra o coronavírus uma ou duas semanas após a segunda dose.

Um quinto dos participantes afirmou erroneamente que as vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech fornecem proteção forte após apenas uma dose. Já outros 36% relataram não terem certeza de quando a vacinação faria efeito.

Além disso, um total de 190 voluntários da amostra total de mil estavam vacinados. Entre esses indivíduos imunizados, apenas 50% deles disse terem sido informados sobre o período em que a vacina forneceria proteção. Uma porcentagem pequena contou ainda que recebeu recomendação de continuar usando máscara e manter o isolamento social.

O estudo também diz que o problema pode ser ainda mais agudo nos grupos raciais e étnicos minoritários, que têm historicamente menor acesso à informação. Isso porque entrevistados negros e latinos eram menos propensos a acreditar na eficácia da segunda dose.

Outra informação alarmante é que apenas um terço dos participantes vacinados sabe que é desconhecido o risco de transmissão do vírus de indivíduos imunizados para outras pessoas. Todavia, mais de 80% deles concorda que é preciso continuar usando máscaras após a vacinação.

Fatores políticos também entraram em jogo. As pessoas à favor do Partido Republicano eram menos favoráveis ao uso de máscara pós-vacinação, quando comparadas aos norte-americanos cuja orientação política é mais voltada ao Partido Democrata.

Diante desses resultados, os pesquisadores apontam que a população norte-americana ainda não entende a importância de seguir medidas de prevenção ou mesmo a necessidade de uma segunda dose. Não por acaso, dados do CDC dizem que quase 8% dos norte-americanos – mais de 5 milhões de pessoas – que receberam no mês passado a primeira injeção de Moderna ou Pfizer-BioNTech perderam a segunda aplicação.

Em comunicado, o coautor do estudo, Douglas Kriner, diz que a pesquisa revela a natureza fragmentada e público-privada da vacinação nos Estados Unidos.”Esta é uma oportunidade de pegar este sistema fragmentado e pensar em como podemos garantir que as pessoas obtenham as informações de que precisam para se proteger e proteger a saúde pública”, comenta ele.

Foto: Mufid Majnun/Unsplash