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Feluma desenvolve oxímetro mais preciso para pacientes com pele escura

Pesquisadores estão desenvolvendo um novo aparelho, que levará em consideração cada tipo de pele para aferir corretamente os níveis de oxigenação

Por Estado de Minas

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (Feluma) estão em busca de uma resposta para otimizar a forma como pacientes com pele escura têm a sua saturação de oxigênio aferida. Os especialistas estão desenvolvendo um novo oxímetro, que levará em consideração cada tipo de pele para aferir corretamente os níveis de oxigenação de pacientes com pele escura.

Isso porque, conforme o coordenador do estudo e professor da Faculdade de Ciências Médicas, Hércules Pereira Neves, os oxímetros tradicionais, usados em hospitais, não levam em consideração a cor de pele e, portanto, impõem dificuldades para aferir a saturação corretamente.

“Ele usa uma luz vermelha e infravermelha para atravessar a pele e medir os níveis. Porém, a precisão é menor em pacientes com pele escura. E essa dificuldade pode ocorrer, inclusive, em pessoas com a pele bronzeada, por exemplo”, explica.

“Essa imprecisão é de cerca de 4% a mais do que os valores reais. Ou seja, pode ser que uma pessoa precise de atendimento especializado e cuidados específicos, mas, segundo a medição, os níveis podem ser apresentados como ‘normais’. Arrisca-se, então, a possibilidade de que quadros de hipóxia – quantidade insuficiente de oxigênio transportado aos tecidos do corpo – passem desapercebidos e sem intervenção necessária”, explica.

Ou seja, os pacientes podem achar que os órgãos estão bem oxigenados, quando na verdade não estão.

Para além da pandemia de COVID-19, em que as pessoas passaram a ter uma consciência maior sobre o uso do oxímetro, inclusive com o aferimento em casa para medir níveis de saturação, Hércules Pereira Neves destaca que esse é um problema que perdura por mais de 10 anos e que sempre esteve em voga.

O novo oxímetro, segundo o pesquisador, ainda está em fase de construção e deve ser finalizado até o fim deste mês. Posteriormente, serão feitos estudos clínicos para atestar a eficácia do novo equipamento.

“Esperamos, então, que possamos ter concluído essa testagem até o fim deste semestre. Pretendemos compará-lo, para maior eficácia, com o método de aferição que chamamos de gasometria de sangue arterial – procedimento doloroso, invasivo e potencialmente arriscado –, uma alternativa atual para as pessoas com pele escura, já que com o oxímetro tradicional não poderemos ter o mesmo parâmetro.”

O novo oxímetro, produzido pela Feluma, é uma alternativa de baixo custo e mais acessível a todos, haja vista o seu método de aferição de pulso, assim como o oxímetro tradicional. Dessa forma, vidas podem ser salvas, principalmente a de pessoas de pele escura, considerando a imprecisão do método atual, com mais eficácia e sem técnicas invasivas.

Foto: Pixabay

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