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Maior estudo genômico sobre depressão aponta fatores de risco genéticos

Pesquisa publicada na revista “Nature” identificou 178 partes do genoma que estão associadas ao transtorno, o que pode contribuir para melhorar os tratamentos

Por Revista Galileu

A depressão caracteriza-se como um dos transtornos psiquiátricos mais comuns, assolando cerca de 4% da população mundial. Nos Estados Unidos, esse índice chega a 20% e, entre os veteranos militares do país que apresentam o quadro, a taxa é de 11%. Por isso, pesquisadores do Departamento de Assuntos de Veteranos dos EUA (VA, na sigla em inglês) se dedicam a investigar a condição de forma mais detalhada.

A comunidade científica já demonstrou que aspectos genéticos são significativos quando o assunto é risco de depressão e, agora, o VA deu um passo a mais: estudo divulgado nesta quinta-feira (27) identifica novas variantes genéticas capazes de aumentar o risco de uma pessoa desenvolver o problema.

Publicada no periódico Nature Neuroscience, a pesquisa teve como base o maior estudo genômico já feito sobre esse transtorno mental. Foram analisados mais de 300 mil genomas de participantes do Million Veteran Program e mais 1 milhão de dados de outros biobancos, como UK Biobank, FinnGen e 23andMe.

Por meio do estudo de associação genômica ampla (GWAS), a equipe comparou os códigos genéticos para avaliar quais variantes no gene as pessoas com uma mesma condição tendem a apresentar

O resultado revelou 178 partes específicas do genoma que estão ligadas a um maior risco de depressão. Chamadas de loci, 77 nunca haviam sido detectadas em trabalhos anteriores. Os pesquisadores também identificaram, nesses 178 pontos, 223 polimorfismos de nucleotídeo único (SNPs), variações específicas em uma base (nucleotídeo) de um gene.

As análises mostraram ainda que alguns dos fatores de risco da depressão também são válidos para transtornos de ansiedade e estresse pós-traumático. Todas essas novas informações, afirmam os pesquisadores, são úteis para compreender o aspecto biológico da depressão e identificar as pessoas mais vulneráveis ao quadro.

Além disso, ao mostrar regiões do genoma que podem ser alvos de futuras investigações, o estudo contribui para que os tratamentos sejam aprimorados e para que fármacos específicos passem a ser adotados.

“Isso nos permite utilizar as informações para identificar drogas que já estão aprovadas para outras indicações e podem ser aproveitadas para o tratamento da depressão”, afirma, em nota, o pesquisador Joel Gelernter, da Escola de Medicina da Universidade Yale, nos EUA.

Foto: Frank Curran