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O que é o tratamento validado pela OMS como eficaz contra Covid-19

Junto com corticoides, medicamentos que bloqueiam os efeitos da proteína interleucina-6 reduziram o risco de morte em estudo com quase 11 mil pessoas com Covid-19 grave

Por Revista Galileu

A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu a eficácia de mais um tratamento para pacientes com quadros graves e críticos de Covid-19. A terapia é baseada no uso combinado de medicamentos que bloqueiam a proteína interleucina-6 (IL-6) e corticoides, e trouxe bons resultados em revisão publicada nesta terça-feira (6) no periódico Journal of the American Medical Association (JAMA).

Coordenado pela OMS em parceria com universidades do Reino Unido, o estudo analisou 27 ensaios randomizados em 28 países. Dos 10.930 participantes, 6.449 receberam aleatoriamente antagonistas do receptor da interleucina-6 e os outros 4.481 foram submetidos a cuidados padrões ou placebo.

Os pesquisadores observaram que as drogas tocilizumab e sarilumab diminuíram o risco de morte e a necessidade de ventilação mecânica. Ambos os medicamentos agem para bloquear a proteína IL-6 — uma das citocinas que pacientes com Covid-19 severa produzem em excesso como resposta inflamatória do organismo — e ajudam o sistema imunológico a combater o vírus.

De acordo com os resultados, o risco de morte dentro de 28 dias para pessoas tratadas com um dos dois antagonistas de IL-6 foi de 22%. No caso da abordagem tradicional, essa taxa subiu para 25%. Além disso, indivíduos que receberam as drogas e também os corticoides apresentaram um risco ainda menor de falecer: 21%.

Em pacientes hospitalizados, administrar tocilizumab ou sarilumab com corticoides reduziu o risco de óbito em 17% na comparação com o uso isolado de corticoides. Em pacientes que não precisavam de respiradores, o risco de morte ou uso ventilação mecânica caiu em 21%.

Os ensaios randomizados mostraram ainda que o risco da doença progredir para óbito ou necessidade de ventilação mecânica em pacientes sob cuidados comuns foi de 33%. Para aqueles tratados com os antagonistas e corticoides, essa probabilidade foi de 26%.

“Dada a extensão global da inequidade de vacinas, pessoas nos países de renda mais baixa são as que mais correm risco de desenvolver Covid-19 grave”, afirma Janet Diaz, do Programa de Emergências Sanitárias da OMS, em nota. “Esses são os indivíduos que as drogas precisam atingir.”

Como o uso de antagonistas de IL-6 apresentou benefícios aos pacientes infectados pelo Sars-CoV-2 sem oferecer riscos à saúde, uma nova diretriz recomendando essa forma de tratamento para casos graves foi incorporada à quinta edição do documento da OMS Therapeutics and COVID-19: living guideline.

Foto: Pedro Guerreiro/Ag. Pará

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