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Poluentes ficam 10 vezes mais tóxicos quando absorvidos por microplásticos

Estudo mostra que pedaços de plástico ingeridos funcionam como “ímãs” para substâncias nocivas, liberando-as com maior toxidade no nosso trato digestivo

Por Revista Galileu

Cientistas descobriram que os microplásticos — pequenos pedaços de plástico de até 5 milímetros — são uma espécie de ímã para poluentes ambientais. Esses resquícios microscópicos absorvem substâncias tóxicas nos oceanos, que se tornam 10 vezes mais nocivas à saúde humana. Essa relação está em estudo publicado em dezembro de 2021 na revista científica Chemosphere.

O risco existe porque nós ingerimos microplásticos ao consumirmos alimentos e bebidas contaminados. Segundo a nova pesquisa, os pedaços de plástico “carregados” com poluentes vão até o nosso trato digestivo, liberando-os em uma forma concentrada e mais tóxica.

Pesquisadors da Universidade de Tel Aviv, em Israel, analisaram todo o processo por qual o microplástico passa, desde sua interação com substâncias orgânicas até o aumento do nível de toxinas. Mesmo concentrações muito baixas e não tóxicas de poluentes, ao serem absorvidas pelos fragmentos de plástico, podem passar a ter maior toxidade, segundo Ines Zucker, coautora do estudo, em comunicado.

O problema se agrava considerando que o microplástico pode levar milhares de anos para se decompor na natureza. Depois que o pequeno pedaço sofre interferências ambientais, ele se oxida e sua capacidade de absorver poluentes fica maior do que a de uma partícula não oxidada. Quando ele entra no trato digestivo, libera toxinas nas proximidades das células.

Para Zucker, isso tudo é um “lembrete doloroso das terríveis consequências de poluir o ambiente marinho e terrestre com resíduos industriais perigosos”. “Os perigos não são teóricos, são mais tangíveis do que nunca”, alerta a pesquisadora.

Andrey Eitan Rubin, outro autor da pesquisa, cita como exemplo alarmante a ilha de plástico do Pacífico, com 79 mil toneladas de lixo flutuante, e menciona dados encontrados no estudo de que a costa israelense está entre as mais poluídas do mundo com microplástico.

“Cada uma das partículas de microplástico secretadas nessas áreas tem um tremendo potencial de dano, pois servem como uma plataforma eficaz e estável para qualquer poluente que possam encontrar em seu caminho para o corpo humano”, explica Rubin.

Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com.

Foto: Funiber