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Pesquisa avalia método para diagnóstico precoce de Alzheimer

Por Medicina S/A

O Laboratório de Biologia do Envelhecimento (LABEN) da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) realiza pesquisas que têm como objetivo validar um biomarcador sanguíneo para detecção de Alzheimer que pode contribuir para o diagnóstico precoce da doença, o que possibilita intervenções para retardar sua evolução. Para isso, o projeto está recrutando voluntários, com ou sem Alzheimer, e também cuidadores de pessoas que têm a doença, para avaliação gratuita.

Os estudos são coordenados por Marcia Cominetti, professora no Departamento de Gerontologia da UFSCar, e conta com a participação de outros docentes, estudantes e pesquisadores de pós-doutorado. O trabalho é continuidade de pesquisa anterior e pretende validar um sensor eletroquímico para diagnóstico do Alzheimer, desenvolvido por Ronaldo Censi Faria, docente no Departamento de Química da Universidade.

Cominetti conta que os procedimentos atuais para detecção da doença incluem exames de imagem (ressonância magnética) e outros que avaliam o líquido cefalorraquidiano (liquor). A proposta da pesquisa atual é validar um biomarcador sanguíneo que precisa apenas de uma coleta de sangue do paciente, sendo menos invasivo e de menor custo.

Um dos biomarcadores de sangue que indicam a presença do Alzheimer é a proteína ADAM10, analisada na pesquisa da UFSCar. Marcia Cominetti expõe que “esses biomarcadores podem estar alterados em pessoas que ainda não têm sintomas da doença, já que ela inicia no cérebro até 20 anos antes dos sintomas clínicos”, reforçando a importância do diagnóstico precoce e o quanto isso é fundamental para intervenções que possam retardar a progressão da doença. Além disso, um segmento da pesquisa também quer avaliar como é a sobrecarga do cuidador da pessoa que tem demência. Por esse motivo, a equipe do estudo também está recrutando cuidadores.

Todos os participantes passarão por avaliação de saúde composta por coleta de sangue para avaliação bioquímica e avaliações cognitivas e funcionais. Para maior conforto dos participantes, as coletas de sangue serão realizadas em domicílio por equipe especializada de laboratório de análises clínicas. As demais avaliações serão realizadas por profissionais capacitados, no LABEN, que fica no Departamento de Gerontologia, na área Norte do Campus São Carlos.

Para desenvolver o estudo de validação de biomarcadores, a equipe está recrutando homens e mulheres, a partir dos 60 anos, que sejam saudáveis (sem queixa relacionada à memória) ou que tenham as queixas ou um diagnóstico de demência da doença de Alzheimer. Além disso, como registrado, são convidados à participação cuidadores de pessoas com demência. As pessoas interessadas devem entrar em contato pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone/WhatsApp (16) 99183-2461. Projeto aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFSCar (CAAE: 64200522.5.0000.5504).

Alzheimer

O Alzheimer é o tipo de demência mais comum, correspondendo a cerca de 70% dos casos de demência e afeta, principalmente, pessoas idosas causando perda progressiva da memória, além de dificuldades na realização de atividades diárias. Alguns sintomas podem sinalizar um declínio da cognição e indicam a necessidade de avaliação especializada. Dentre eles, estão: repetir várias vezes o mesmo assunto ou história; esquecer com frequência de eventos recentes, compromissos ou atividades diárias; ter dificuldades em encontrar palavras para expressar pensamentos ou seguir uma conversa; mudanças de humor repentinas ou intensas; perda do interesse em atividades que antes eram prazerosas; se perder durante caminhadas em lugares já conhecidos; e dificuldade de planejar e organizar tarefas que antes eram simples.

De acordo com Cominetti, uma das maiores preocupações relacionadas à doença de Alzheimer é a dificuldade em diagnosticá-la no tempo certo para que intervenções sejam realizadas, de modo a frear o avanço da doença. “Quem puder participar desse estudo, vai colaborar muito para o desenvolvimento de estudos voltados ao diagnóstico do Alzheimer”, conclui a docente da UFSCar.

Foto: Reprodução

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