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Quase 50% dos casos de depressão são resistentes aos antidepressivos, estima estudo

Pesquisa conduzida por pesquisadores britânicos que analisaram registros de saúde alerta para o quão disseminada é a depressão resistente ao tratamento (TRD)

Por Revista Galileu

Pesquisadores descobriram que quase metade dos pacientes com depressão são resistentes ao tratamento e não melhoram mesmo tomando diferentes medicamentos antidepressivos. O estudo foi feito pela Universidade de Birmingham, na Inglaterra, e publicado no último dia 12 de março no periódico científico British Journal of Psychiatry.

O estudo analisou registros de saúde e calculou que 48% dos pacientes diagnosticados com depressão haviam tentado pelo menos dois antidepressivos, e 37% haviam tentado quatro ou mais opções diferentes.

Resistência a medicamentos

A depressão resistente ao tratamento (TRD) é uma forma grave de depressão, que não é controlada mesmo quando o paciente realiza tratamentos com dois tipos diferentes de antidepressivos.

Os pesquisadores concluíram que pacientes com TRD tem 35% mais chances de ter um transtorno de personalidade e 46% mais chances de doença cardiovascular. Combinado com dados qualitativos, isso significa que os pacientes têm múltiplas e consideráveis ​​barreiras para ficarem saudáveis.

A equipe de pesquisa entrevistou alguns pacientes com TRD para falarem sobre suas experiências de vida. Muitos deles relataram ter um sentimento de frustração e desesperança após tentar diferentes tratamentos para melhorar.

“Este artigo destaca o quão disseminada é a depressão resistente ao tratamento entre aqueles que são diagnosticados com depressão”, alerta o autor correspondente do estudo, Kiranpreet Gill, em comunicado.

Gill reforça que as experiências mostradas no estudo destacam a necessidade de existirem mais opções de tratamento para a depressão. “Com quase metade de todos os pacientes não respondendo a múltiplas opções de medicamentos, precisamos de melhores opções de tratamento para poder dar suporte aos pacientes para os quais os medicamentos antidepressivos de primeira linha não fazem diferença”, afirma.

“Há uma ironia de que a experiência de lutar para tratar a depressão é em si um fator de risco para uma piora na sensação de ‘desesperança’, como um paciente descreveu”, observa o pesquisador. “Isso deve ser um chamado claro para reconhecer que a depressão resistente ao tratamento precisa ser fatorada na tomada de decisão clínica e no suporte contínuo que os pacientes recebem”.

Foto: Liza Summer/Pexels

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