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Parkinson: cantar diminui estresse e melhora funções motoras

Ocupando o segundo lugar entre as doenças neurodegenerativas no mundo, ele afeta a capacidade do cérebro de controlar os movimentos.

Por Bem Estar

Se cantar não espanta todos os males, pelo menos alivia alguns sintomas. Pesquisadores da Iowa State University comprovaram que, além de aumentar a capacidade respiratória e o controle da deglutição, o canto também traz benefícios para o estado de espírito e as funções motoras de pacientes com Doença de Parkinson.

O estudo ainda apontou para a redução de sinais fisiológicos de estresse. Embora tenha feito a ressalva de que são dados preliminares, a professora Elizabeth Stegemöller afirmou que a melhora observada é comparável ao resultado obtido com medicamentos – ela apresentou o trabalho na conferência anual da Sociedade para a Neurociência, realizada no começo do mês.

O trabalho é pioneiro por ter monitorado indicadores como batimentos cardíacos, pressão arterial e nível de cortisol – hormônio relacionado ao estresse – dos participantes antes e depois das sessões de cantoria, que tinham a duração de uma hora. Todos diziam estar se sentindo menos ansiosos e tristes. Os estudiosos agora se empenham em medir outros indicadores relacionados ao bem-estar, como o nível de oxitocina, hormônio ligado à sensação de prazer. Essa é uma ótima notícia, considerando que a expectativa é de que a prevalência da Doença de Parkinson vá dobrar nos próximos 20 anos. Para quem quiser conferir, há um vídeo de 2017 de uma sessão comandada pela professora.

O Parkinson ocupa o segundo lugar entre as doenças neurodegenerativas no mundo. Afeta a capacidade do cérebro de controlar os movimentos, levando a tremores, rigidez muscular, lentidão de movimentos e alterações de marcha e equilíbrio. Normalmente começa a se manifestar por volta dos 60 anos, é mais comum entre os homens e o risco de desenvolvê-lo aumenta com a idade: a OMS (Organização Mundial da Saúde) estima que 1% da população acima dos 65 sofra com o problema. No Brasil, a Rede Amparo é uma das entidades que reúne doentes, familiares, cuidadores e profissionais de saúde para melhorar a qualidade de vida das pessoas que convivem com a enfermidade.

Para fechar, voltando à questão de soltar a voz. Em São Francisco, nos Estados Unidos, um programa de corais para idosos tem se mostrado eficaz para reduzir a solidão. Trata-se de uma iniciativa da prefeitura, em parceria com o San Francisco Community Music Center, que foi monitorada entre 2012 e 2015 por pesquisadores da Universidade de Califórnia. O repertório foi idealizado para atender ao gosto e às habilidades dos participantes, que inclusive fazem apresentações. Durante o período do estudo, os idosos se submeteram a testes de memória, coordenação e equilíbrio, além de responder a questionários sobre seu estado de bem-estar. Entre aqueles que haviam se engajado na atividade há pelo menos seis meses, houve melhora significativa em relação ao interesse pela vida, e o mais relevante é que os 12 corais criados na ocasião continuam ativos!

Foto: RIDC/NeuroMat

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