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Dona de casa de RO passa três meses com gaze deixada dentro do abdômen

Tecido foi retirado em novembro de 2014, mas mulher enfrenta complicações. Gaze teria sido esquecida após cirurgia para remoção de pedras na vesícula.

Uma mulher de 43 anos vem sofrendo com complicações de saúde após ter um pedaço de gaze esquecido dentro do abdomên, durante cirurgia para retirada de pedras na vesícula. O procedimento foi realizado no Hospital Regional de Extrema, distrito de Porto Velho, em agosto de 2014. A dona de casa Joana da Silva Dias, moradora de Guajará Mirim (RO), ficou com o retalho do pano na cavidade abdominal por cerca de três meses e agora enfrenta dificuldades para se tratar. Segundo laudo médico, a paciente apresentou infecção e lesão no estômago. A direção da unidade onde ocorreu o procedimento cirúrgico informou ao G1 que não irá se pronunciar até apurar dos fatos.

Joana conta que o sofrimento começou quando sentia dores no abdômen e tinha vômitos repentinos. Com ajuda de parentes, foi de carona até Extrema, na divisa do estado com o Acre, realizar a cirurgia de remoção de pedras na vesícula. O procedimento não foi feito em Guajará, município onde mora, pois o centro cirúrgico do Hospital Regional Perpétuo Socorro está interditado há sete meses e, desde então, os pacientes emergenciais são encaminhados para a capital de Rondônia ou para o distrito de Extrema.

A dona de casa diz que no dia seguinte à cirurgia retornou para casa e, mesmo com o procedimento concluído, as dores não cessaram e foram piorando. Três meses depois, um médico de Guajará a encaminhou para Porto Velho, com urgência, para retirada de um “corpo estranho” que exames apontaram. “Operei em agosto e em outubro a região da cirurgia abriu e supurou. Em novembro, passei mal e outro médico me encaminhou para Porto Velho, quando retiraram a gaze de dentro da minha barriga”, relata.

Emocionada, Joana lembra todas as dificuldades que vem enfrentando após a cirurgia. “Depois que tiraram o dreno, o alimento saía pelo buraco da cirurgia e passei a me alimentar pelo nariz. Eu ainda acordo de noite e não consigo dormir. Sofro muito. Eu quase morri”, relembra a paciente.

Segundo Joana, várias vezes tentou contato com o hospital em Extrema pedindo apoio para realizar exames, mas alega que não teve sucesso. Na capital, durante a cirurgia para retirada do material, foi descoberta uma infecção grave e que a gaze causou rompimento do estômago da paciente. Joana afirma que ficou no Hospital de Base, em Porto Velho, por 45 dias e se alimentando por sonda.

Em casa desde janeiro de 2015, a paciente ainda está fraca, sente dores e necessita de cuidados regulares. Ela alega que não tem recursos financeiros para a alimentação especial prescrita e nem para a realização de exames de rotina para acompanhamento da infecção e da lesão no estômago.

O marido, Ademir Gomes, que é aposentado, garante não poder pagar por exames particulares e faz todos os serviços de casa, pois Joana precisa ficar em repouso. “Sempre que eu chegava ao hospital, eu via a minha mulher morrendo a cada dia. Quero justiça. Eu não perdoo o médico, pois estão nos enganando e a gente esperando, sem resposta”, desabafa o marido.

Preocupada com o futuro e desejando que nenhuma outra pessoa passe pelo mesmo problema, Joana espera que seu caso seja exemplo a não ser seguido. “Quero que tenham mais cuidado e que não aconteça com outras pessoas o que aconteceu comigo”, lamenta a dona de casa.
Por telefone, o G1 tentou contato com o Hospital Regional de Extrema, que é de responsabilidade do governo do estado, e foi informado pela direção que a unidade não irá se pronunciar até a conclusão da apuração dos fatos.

Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Dayanne Saldanha/G1