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SP: Prefeitura de Bebedouro indenizará filha de mulher que morreu após doença não diagnosticada

Prefeitura de Bebedouro terá de pagar R$ 50 mil à filha de mulher que morreu em decorrência de doença não diagnosticada.

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ) condenou a Prefeitura de Bebedouro a pagar uma indenização de R$ 50 mil à família de Gislaine Aparecida dos Reis Scarmato, vítima de falha em diagnóstico médico.

A mulher morreu em 2012, três anos depois de buscar socorro médico, por complicações de trombose, doença não diagnosticada no Hospital Municipal de Bebedouro, onde fora atendida.

De acordo com familiares, Gislaine começou a buscar ajuda em 2009. Foi atendida duas vezes no pronto-socorro do hospital, porém, os médicos não deram um diagnóstico preciso sobre o problema da paciente.

Dor constante

“Minha mãe sentiu muitas dores abaixo do seio. Ela ia no hospital e eles davam remédios, falavam que não era nada e mandavam ela de volta para casa”, explicou Jamille Cristina dos Reis Scarmato, 30 anos, filha de Gislaine.

Após alguns meses ainda sentindo dor, a mulher voltou a procurar atendimento no hospital e teve a sorte de ser atendida por uma médica do Hospital das Clínicas. “A médica plantonista viu que ela estava com trombose no seio e encaminhou direto para o Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto”, explicou Jamille.

Cirurgia
Após a confirmação da trombose, Gislaine foi internada no HC e precisou passar por uma cirurgia de remoção completa da mama, e por isso, de acordo com a família necessitava fazer curativos constantemente.

“Devido aos problemas de saúde, Gislaine tinha necessidade de ir constantemente ao prontoatendimento para consultas e acabou virando motivo de piada para os médicos que não entendiam a doença e diziam que ela queria passear no Hospital”, contou a filha.

Na decisão do Tribunal de Justiça, o relator do processo, desembargador Luiz Ganzerla, afirma que a mulher também precisou do auxílio do Ministério Público e da Polícia Militar para ter acesso ao tratamento médico em Bebedouro.

A filha afirma que a indenização, de modo algum, vai reparar o dano emocional causado na família.
“Este dinheiro não supre 1% do que ela e nós passamos. Quem ficou com ela no HC e sentiu a dor dela sabe do que eu estou dizendo”.

Jamille diz que a decisão foi importante. “A sensação é de justiça feita. É importante para que os médicos de Bebedouro comecem a tratar os pacientes com um pouco mais de humanidade”, ressaltou.

Prefeitura estuda recurso

A Prefeitura de Bebedouro diz que foi notificada da decisão no último dia 27 e ainda estuda a possibilidade de um recurso no Superior Tribunal de Justiça. “Nós temos 30 dias para apresentar um recurso. Estamos vendo a viabilidade disto”, afirmou Telmo Lencioni Vidal Junior, diretor do Departamento Jurídico da Prefeitura de Bebedouro.

O responsável pelo Jurídico da Prefeitura também explicou o motivo da indenização a ser paga pela administração. “Na verdade, o processo questionou a demora no atendimento e o encaminhamento do paciente a um hospital que pudesse dar melhor atendimento à ela”, disse Lencioni.

Fonte: http://www.jornalacidade.com.br/
Foto: Ted Eytan, via Flickr