Janaína, de 19 anos, se sentiu mal e passou por dois hospitais.
Secretaria de Saúde nega que ela tenha esperado horas por atendimento.
Uma jovem de 19 anos que estava grávida de sete meses perdeu o bebê depois de passar por dois hospitais e esperar durante seis horas até ser atendida, segundo a família. Janaína Santos procurou o Hospital São Camilo, em Aracruz, Norte do Espírito Santo, e de lá foi transferida para o Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, onde foi constatada a morte do bebê. Apesar da declaração da família, para a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa), responsável pela segunda unidade, não houve demora no atendimento. Agora, a paciente está internada no hospital de Aracruz e sem previsão de alta.
Janaína contou que se sentiu mal nesta quarta-feira (18) e procurou o Hospital São Camilo. De lá, ela foi transferida para o Hospital Dr. Jayme Santos Neves, na Serra, na Grande Vitória, pois os médicos explicaram que se tratava de uma situação de risco e na outra unidade ela teria mais chances de salvar o bebê.
“Era bem mais arriscado eu ganhar o neném aqui (Hospital São Camilo) e ele morrer no meio do caminho, na ambulância. Aí eles falaram que lá eu ia poder chegar e o neném ter chances de vida, poder tirar e colocá-lo direto na encubadora”, contou Janaína.
De acordo com o chefe de enfermagem do hospital, que não quis gravar entrevista, esse é um procedimento padrão: quando um paciente de alto risco dá entrada na unidade, ele é transferido para o Hospital Jayme Santos Neves.
Mas na unidade da Serra, segundo a família, a jovem precisou esperar por seis horas até receber atendimento médico. “Cheguei lá, só me passaram pela triagem, e me mandaram lá para cima. Fiquei um bom tempo e 17h e pouco falaram para eu ir para a sala de ultrassom. Cheguei na sala de ultrassom e já falaram que estava fechada, que não tinha médico nenhum mais”, disse Janaína.
Quando ela foi examinada, um obstetra informou que o bebê estava morto. Para Janaína, a demora foi o que causou a morte do filho. “Se tivesse chegado lá e tivessem me atendido, já tinha feito a cesária, tirado neném e levado para a encubadora”, disse.
A sogra de Janaína contou que a recomendação de uma médica revoltou ainda mais a família. “A doutora mandou eu ir pra casa levar minha nora, porque o bebê estava morto, não tinha como fazer nada. Era esperar até o útero soltar e trazê-la para o hospital. Como vou ficar com ela com o bebê morto dentro da barriga?”, questionou Hélia Mara Batista.
A assessoria de imprensa do Hospital São Camilo informou que a Janaína está internada no local e passando por procedimentos para a retirada do bebê. Não há previsão para que ela tenha alta.
Já a Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) informou que a paciente foi prontamente atendida no Hospital Jayme Santos Neves e classificada como um caso urgente, às 17h12. De acordo com a Sesa, ela foi avaliada poucos minutos depois, às 17h39, quando constatou a ausência de batimento cardíaco do bebê.
Fonte: http://g1.globo.com/
Foto: Daniel Filgueiras, via Flickr
