A audiência conciliatória ocorreu na manha desta segunda-feira (1º), no Fórum de São Leopoldo (RS), com manifestação de dezenas de pessoas solidárias à situação do menino Ygor Goulart Haubrich, de 4 anos, que adquiriu paralisia cerebral após uma anestesia.
O profissional, que é acusado pela família da criança de erro, e, consequentemente, de ser o responsável pelos problemas de saúde que seguiram após cirurgia, processa a mãe da criança por calúnia e difamação.
“Existe uma exposição indevida da imagem do meu cliente” afirma o advogado do médico.
Antes da audiência, a mãe foi sucinta: “Meu filho foi diagnosticado com paralisia cerebral irreversível”, afirma a mãe. “Mas agora a vítima é o médico, e não o Ygor”, acusa.
“Eu tenho mais de 30 anos de medicina. Fiz mais de 30 mil anestesias e mais de 3 mil crianças passaram por mim. Isso nunca aconteceu. Eu tenho plena confiança no procedimento que fiz”, afirma o médico, que prefere esperar o laudo para apontar culpados.
“Em tantos anos como médico já vi casos assim, alguns até com óbito. Cada corpo reage de uma forma a um medicamento. O que pode ter acontecido é uma reação alérgica no menino”, pondera o profissional.
A criança deu baixa no Hospital Centenário no dia 23 de janeiro deste ano para ser submetido a dois procedimentos cirúrgicos de baixo risco. A família alega que após a anestesia o menino entrou em coma, no nível mais grave, depois diagnosticado com paralisia cerebral. Ygor passou por outros hospitais e voltou para casa apenas na última quarta-feira, quatro meses depois.
“O que aconteceu foi uma audiência conciliatória”, conta o advogado da família. “Enquanto não houver o laudo pericial da polícia, nós estamos de mãos atadas. O delegado já fez duas reiterações e ainda não há previsão deste resultado”, explica. “A questão é que quando este laudo sair, se ele apontar imprudência do médico, ele vai responder por isso. Logo, a decisão do outro processo vai interferir neste aqui”, completa.
Fonte: http://www.jornalvs.com.br/
Foto: Zeca Baronio, via Flickr
