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No DF, ferimento de bala perdida é confundido e suturado como simples corte

Uma família de Samambaia, no Distrito Federal, acompanhava a queima de fogos no réveillon quando o filho de 11 anos ficou ferido no rosto. Michael de Sousa Araújo estava na porta de casa olhando os fogos de artifício quando sentiu algo acertando sua face.

O menino conta que o rosto começou a sangrar e ficou dormente. Ele não ouviu barulho de tiro e custa a acreditar que foi atingido por uma bala perdida. A família procurou atendimento imediatamente. A criança passou por três hospitais até conseguir um diagnóstico certo e uma cirurgia.

No primeiro atendimento, o médico confundiu o ferimento de bala perdida com um corte. Deu uns pontos, fez um curativo e liberou a criança. Seu rosto foi suturado com a bala dentro e assim ficou por mais de 17 horas.

Maria de Fátima de Araújo, a avó de Michael, conta que o médico “chegou a apalpar, levantou o lábio dele, olhou o lado externo da boca dele e só fez dar os pontos. Ele achou que era um caco de vidro”.

O incômodo continuou. O rosto inchou. Foram para outro hospital. Quando enfim foi feito exame de raios-x, lá estava a bala, nítida, entre a boca e o nariz. Mas não acabou aí. Michael foi encaminhado para um terceiro hospital para fazer a cirurgia.

“Se ele não falasse, se fosse uma criança menor, ele ia ter que ficar com isso aí na boca por quanto tempo?”, conclui a mãe do menor, Naiane de Sousa Araújo.

“A gente fica indignado, sim, não pode ter pressa no atendimento, o cara só chega lá, dá uma olhada e diz, ‘é só costurar, foi vidro’. Isso, para mim, foi o cúmulo”, disse o pai de Michael, Cléber Ferreira de Araújo, revoltado.

A direção do Hospital de Taguatinga, o primeiro para onde o Michael foi levado, confirmou que que o garoto foi atendido no dia primeiro de janeiro, recebeu pontos e foi liberado. Disse ainda que vai apurar com a equipe de plantão o que realmente aconteceu.

O segundo hospital, no qual foi descoberta a bala, alegou que precisava transferir o paciente para um terceiro que tivesse um médico especializado.

A família pretende entrar com uma ação judicial contra o governo do Distrito Federal.

Fonte: http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/
Foto: http://www.samambaiadf.com.br/

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