O HC (Hospital das Clínicas) de Ribeirão Preto e um médico foram condenados, no último dia 5, a indenizar em R$ 218 mil, por danos morais, a família de Douglas Rodrigues da Silva, 25 anos, que ficou em estado vegetativo aos 11 anos de idade pós erro médico.
O Estado também terá que pagar pensão mensal de R$ 2.180 ao rapaz enquanto ele viver. A decisão é da 1ª Câmara de Direito Público do TJ/SP (Tribunal de Justiça de São Paulo). Os valores deverão ser corrigidos a partir de novembro de 2011, data da decisão de 1ª instância.
De acordo com o processo, Douglas foi atropelado no dia 13 de outubro de 2000 e levado ao HC, onde passou por uma traqueostomia (intervenção cirúrgica que consiste na abertura de um orifício na traqueia e na colocação de uma cânula para a passagem de ar) no dia 1º de novembro do mesmo ano.
No dia 12 de março de 2002, Douglas retornou ao hospital para fazer uma laringoplastia (cirurgia plástica da laringe) e, três dias depois, o então médico colocou uma cânula de tamanho incorreto no paciente, ocasionando uma parada cardiorrespiratória no garoto. Devido à falta de oxigenação no cérebro, Douglas ficou em estado vegetativo permanente.
Conforme a decisão, o médico cirurgião solicitou a troca da cânula metálica da traqueostomia, por motivo de higiene, a um médico residente do 4º ano.
O residente, por sua vez, pediu para outro colega executar a tarefa porque ele iria participar de uma cirurgia. Esse colega teria, então, pedido para o médico, na época no primeiro ano de residência, solicitar à enfermagem uma cânula de número 2.
Diante da demora do residente, que esperava um colega que iria acompanhar o procedimento, o próprio médico que acabou condenado trocou sozinho a cânula por uma de número 4, embora, segundo os autos, a mãe do rapaz tenha alertado o médico sobre o tamanho correto da cânula.
Em sua defesa, o profissional alegou que era médico residente na época, sendo, portanto, do hospital a responsabilidade por seus atos.
Dos R$ 218 mil, R$ 163,5 mil são devidos a Douglas e R$ 54,5 mil, à mãe da vítima, Eva Regina da Silva Abreu. “Fiquei parcialmente satisfeito. Acho que a indenização deveria ter sido mais elevada. A vida vale mais do que R$ 218 mil”, diz o advogado da família, Clair José Batista Pinheiro.
Fonte: A Cidade ON
(http://www.acidadeon.com/ribeiraopreto/cotidiano/cidades/NOT,2,2,1170579,HC+de+Ribeirao+Preto+tera+de+pagar++R+218+mil++por+erro+medico.aspx)
Crédito: Brian Turner / Flickr