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CFM vai cadastrar médicos com deficiência e incentivar atualização do sistema

Os médicos inscritos nos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) já podem informar se têm algum tipo de deficiência. A inclusão dessa informação nas inscrições faz parte de uma iniciativa do Conselho Federal de Medicina (CFM) para saber quantos são e onde atuam esses profissionais. A autarquia também vai lançar uma campanha para incentivar a atualização do registro.

“Com base nesses dados, vamos apresentar propostas de políticas públicas que favoreçam esses médicos e também vamos aprimorar nossa fiscalização, averiguando se as unidades de saúde têm equipamentos que facilitam o trabalho dos profissionais”, adianta o autor da proposta, o 2º secretário do Conselho Federal de Medicina, Sidnei Ferreira.

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O conselheiro federal argumenta que, apesar de a Constituição e a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência listarem dispositivos assegurando direitos às pessoas com deficiência, o Conselho Federal e os conselhos regionais não dispunha de informações sobre o assunto.

De acordo com o Censo do IBGE de 2010, 47,6 milhões de brasileiros têm algum tipo de deficiência, sendo 6,7% com curso superior. Artigos científicos citam a presença de algum tipo de deficiência em 2,6% dos médicos e em 0,25% dos estudantes de medicina. Mantida a proporção, o Brasil teria hoje 10.400 profissionais e alunos nessa condição.

Com a ajuda do Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) e de alunos da Universidade Estácio de Sá (Unesa), Sidnei Ferreira estudou cerca de 30 unidades de saúde do estado, nas quais aplicou questionário para saber se médicos com algum tipo de deficiência trabalhavam nesses locais e se as instalações estavam adaptadas. Também foram aplicados protocolos em escolas médicas públicas e privadas. Nenhuma unidade de saúde alcançou o nível considerado razoável de adaptações necessárias.

Com base nesses questionários, o CFM incluiu nas fiscalizações itens de acessibilidade para essas pessoas. Além disso, com o novo modelo de registro, a autarquia terá dados nacionais sobre médicos e alunos (recém-formados) com algum tipo de deficiência, o que permitirá cobrar do poder público o atendimento do que já está previsto na Constituição Federal e na Lei nº 13.146/15.

“Precisamos conhecer esses colegas, ouvir suas dificuldades e necessidades. Unidos, poderemos fazer que se cumpra a Lei, auxiliando os que precisam de apoio e integrando-os ao ambiente de trabalho”, argumenta Ferreira.

Atualização de dados será pela Internet

Essas informações estão sendo solicitadas dos egressos que se inscreveram nos CRMs a partir de julho. Para quem já está inscrito e quer incluir informação de deficiência, o sistema estará disponível a partir de setembro. O CFM lançará campanha, por meio das redes sociais e de e-mails, incentivando os médicos com deficiência a alterar seus dados cadastrais.

Desde que a nova ferramenta foi incluída nos sistemas dos CRMs, 815 novos médicos se inscreveram, sendo seis com alguma deficiência. Esse dado é pedido quando o profissional preenche o Pré-Médico, questionário disponível nos portais dos conselhos regionais como etapa do processo de inscrição do médico. No questionário, o médico informa se tem deficiência, se ela é visual, auditiva, motora ou outra; se é congênita ou adquirida e se o médico está adaptado.

Fonte: Conselho Federal de Medicina

Foto: TRF-2