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Cremego investiga se médico omitiu socorro a motociclista

O médico aparece de costas para o paciente em vídeo feito na ambulância. Motociclista morreu após ser atingido por carro em cruzamento, em Goiânia.

 

Por G1/GO

 

O Conselho Regional de Medicina de Goiás (Cremego) investiga se um médico omitiu socorro a um motociclista de 34 anos, que morreu após sofrer um acidente, em Goiânia. Imagens mostram o profissional sentado de costas para o paciente dentro da ambulância.

O presidente do Cremego, Leonardo Reis, explica que se for comprovada omissão de socorro por parte do médico ele pode ter a licença cassada. “Se houver indício de infração ética, pode culminar numa pena que vai desde uma advertência até a possível suspensão ou cassação do registro”, afirmou em entrevista à TV Anhanguera.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) informou que soube da atitude do médico pelos funcionários da ambulância, que presta socorro junto ao Corpo de Bombeiros. O profissional foi afastado temporariamente e pode perder o cargo dependendo do resultado da investigação.

O acidente que levou o paciente à morte aconteceu no último domingo (29) e foi registrado por câmeras de segurança. A vítima foi socorrida pelo Corpo de Bombeiros e levado para o Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), mas morreu na unidade de saúde.

A Delegacia de Investigação de Crimes de Trânsito (Dict) informou que o motorista fugiu do local sem prestar socorro à vítima. O advogado do motorista que dirigia o carro que atingiu a vítima disse que o cliente não atravessou o sinal vermelho no momento do acidente e não prestou socorro à vítima porque teve medo.

 

Depoimento

Ao ser questionado pela Polícia Civil sobre ficar de costas para o paciente, o médico disse que “a cadeira é giratória e contava que o oxímetro de pulso iria avisar se o paciente piorasse”.

Uma enfermeira que acompanhava o paciente na ambulância também prestou depoimento à Polícia Civil e relatou que o médico a ofendeu durante o atendimento. No termo de declaração, ela alega que, após o paciente ser colocado no carro dos bombeiros, perguntou por que o médico não se viraria, ao passo que ouviu a seguinte resposta: “Era só o que me faltava, essa hora da madrugada enfermeira me dizer o que eu tenho que fazer. É um absurdo e vai se f…”.

Em seu depoimento, o médico salientou que não atendeu à solicitação da enfermeira para controlar a respiração do motociclista porque entendeu que “naquele momento não havia necessidade de abordar a via área porque havia decidido realizar o procedimento no Hugo”.

Ele alegou ainda que uma atitude diferente “provavelmente não evitaria” a morte do homem. Sobre as ofensas, o profissional afirmou que não “iria discutir o caso com a enfermeira”, que não se lembra de ter xingado a mulher e admite que, em certo momento, falou que “estava na hora dela ficar calada porque estava tumultuando o atendimento”.

Segundo a delegada Nilda Andrade, responsável pelo caso, o médico admitiu que poderia ter feito os procedimentos na ambulância. “Ele reconhece que poderia ter adotado o procedimento diferente no percurso, mas alega também que não afetaria a questão do resultado. Que a vítima era muito grave e que ela poderia ir a óbito de toda forma”, destaca.

O advogado do médico negou as acusações de omissão. “Naquele momento, o que foi necessário, ele fez. O aparato maior seria dado na unidade”, salientou.

 

 

Foto: Divulgação/JusBrasil