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Caixa de papelão para bebês, tradição na Finlândia, tem eficácia contestada por especialistas britânicos

Eles ressaltam que não há evidências de que o produto tenha ajudado o país a alcançar uma das menores taxas de morte súbita infantil no mundo

 

Por BBC

 

As caixas de papelão para bebê distribuídas na Finlândia desde a década de 1930 são promovidas como uma alternativa aos berços tradicionais, minicamas e moisés, apesar da falta de evidências sobre sua segurança, alertam especialistas.

As caixas, que vêm recheadas de produtos para bebês e podem ser usadas como berço, são oferecidas gratuitamente a famílias de recém-nascidos no país.

A iniciativa também foi adotada em outros lugares do mundo, como na Escócia e em partes da Inglaterra.

Agora, o Royal College of Midwives, que representa as parteiras britânicas, quer implementar o sistema em todo o Reino Unido, no intuito de oferecer um “início de vida mais igualitário” para a população.

Mas especialistas estão demonstrando preocupações sobre a segurança das caixas, que vêm com um colchão, para dormir.

Em carta à revista científica BMJ, o professor Peter Blair e seus colegas dizem que elas só devem ser usadas como cama temporária se nada mais estiver disponível.

O Royal College of Midwives diz que as caixas reduzem a chance de os bebês dormirem de forma insegura, seja em superfícies como sofás ou ao lado de pais que fumam, consomem álcool ou usam drogas, beneficiando especialmente aqueles que nascem em ambientes carentes.

No entanto, Blair e seus colegas, incluindo representantes da instituição Lullaby Trust, especializada em prevenir mortes súbitas em crianças, afirmam haver falta de evidências sobre o quão seguras as caixas são para os bebês dormirem.

Comparado com berços, minicamas e moisés, eles alertam que é mais difícil para os pais verem os filhos quando estão dormindo nas caixas.

Além disso, algumas caixas, particularmente aquelas que não são laminadas, podem ser potencialmente inflamáveis ou deixar os bebês mais vulneráveis a animais de estimação e irmãos pequenos se forem mantidas no chão.

Elas também são pequenas demais para a maioria dos bebês com mais de três meses, e não há evidências de quão duráveis elas são, especialmente se estiverem molhadas ou sujas.

Os especialistas argumentam que tampouco há provas de que as caixas tenham ajudado a Finlândia a alcançar uma das menores taxas de morte súbita infantil (SIDS, na sigla em inglês) no mundo, como costuma ser divulgado.

Segundo eles, as taxas de SIDS são igualmente baixas nos países vizinhos, como a Suécia e a Dinamarca, onde as caixas não são fornecidas.

Blair e seus colegas dizem que deve haver mais estudos de qualidade “para entender melhor como as famílias usam a caixa de papelão e suas implicações para a segurança”.

‘Melhor começo de vida’
Em resposta à carta, o Royal College of Midwives destacou que seu posicionamento sobre as caixas havia reconhecido que há evidências limitadas de que elas reduzam a morte súbita infantil.

A instituição afirma que as caixas de bebê precisam ser seguras, de alta qualidade e devem cumprir, assim como o colchão, os padrões mínimos de segurança do Reino Unido.

“Embora a evidência em torno da eficácia das caixas de bebê ainda esteja sendo debatida, o que sabemos é que elas fornecem a todos os pais os elementos essenciais necessários para dar ao bebê recém-nascido o melhor começo de vida”, diz o Royal College of Pediatrics and Child Health, órgão que supervisiona a saúde infantil no Reino Unido.

Como reduzir o risco de morte súbita infantil

Fonte: Serviço Nacional de Saúde britânico (NHS, na sigla em inglês)
Foto: Kela

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