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Cuidadores desconhecem desejos das pessoas pelas quais são responsáveis

Embora 75% se sintam confiantes a respeito de seus conhecimentos, apenas 21% realmente sabem o que os idosos querem

 

Por Bem Estar

Pesquisa da Universidade de Yale joga luz na sempre complexa e delicada relação entre cuidadores e idosos mais frágeis. De acordo com o estudo, 75% dos cuidadores – nesse caso, gente próxima, da família – se sentem extremamente confiantes no que diz respeito a seus conhecimentos sobre as preferências da pessoa sob sua responsabilidade. Na verdade, apenas 21% sabem o que o paciente deseja que seja feito no caso de uma doença grave. A pesquisa foi liderada pela geriatra e professora de medicina Terri Fried e publicada no JAMA Internal Medicine.

Foram realizadas entrevistas por telefone nas quais os pesquisadores pediram que as pessoas declarassem se consideravam aceitável ou inaceitável enfrentar três situações decorrentes do tratamento de uma enfermidade. Esses estados eram: ficar preso a uma cama; ser incapaz de reconhecer os familiares; ou sofrer dor contínua e severa. Os cuidadores também eram entrevistados, separadamente, e tinham que dizer que respostas acreditavam que o idoso daria às perguntas. Além disso, deveriam dar uma nota, numa escala de 1 a 5, sobre a confiança que tinham em seu conhecimento sobre as preferências do idoso.

Três quartos dos cuidadores se avaliaram como extremamente confiantes de que sabiam o que o idoso sob sua responsabilidade diria. Entretanto, apenas um em cada cinco acertava o palpite. A pesquisa deixou claro que é preciso haver mais transparência sobre decisões que envolvam enfermidades graves ou mesmo doenças crônicas que vão se agravando e podem chegar a um ponto no qual o paciente não tem mais como fazer valer sua vontade.

A doutora Terri Fried observou que os idosos e seus cuidadores precisam do apoio dos profissionais de saúde para discutir os tratamentos disponíveis, seus possíveis desfechos e quais são mais adequados às preferências do indivíduo. Numa entrevista dada em 2016, ela disse: “quando o médico faz uma recomendação assertiva de tratamento sem deixar que o paciente saiba das outras opções disponíveis, ele não está fazendo o que o paciente deseja”. Por isso é tão importante uma discussão serena sobre nossas diretivas antecipadas de vontade, um nome comprido para dizer como queremos ser cuidados pela equipe médica se estivermos incapacitados de expressar nossos desejos. É possível também nomear um procurador de saúde: alguém próximo e de confiança para nos representar.

Foto: Yale School of Medicine

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