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Estudo encontra relação entre bactérias do estômago e depressão

Transplante de fezes pode ser opção para recriar a fauna intestinal dos pacientes com a doença e será testado em breve na Suíça

Por Metrópoles

A dor de estômago e/ou a diarreia que acompanham momentos de ansiedade e nervosismo são uma testemunha da relação do cérebro com o sistema digestivo. Agora, neurocientistas da Universidade de Leuven, na Bélgica, encontraram provas de que os microrganismos presentes no intestino estão relacionadas diretamente à depressão.

Publicado na revista Science, o estudo aconteceu, ao mesmo tempo, em dois países. Com o objetivo de descobrir o que era uma microbiota intestinal normal, os pesquisadores analisaram 1.054 pessoas e seus intestinos. A descoberta interessante foi que os participantes com depressão não apresentavam vários tipos de bactérias, entre elas a Coprococcus e a Dialister. Os especialistas encontraram os mesmos resultados em um grupo de alemães.

A pesquisa então elencou 56 substâncias importantes para o funcionamento do sistema nervoso que são produzidas ou quebradas por bactérias do intestino. A Coprococcus, por exemplo, está relacionada de alguma forma à dopamina, um dos hormônios mais importantes na regulação do humor e na depressão. O micróbio também sintetiza substâncias anti-inflamatórias – a inflamação está implicada na doença.

Algumas maneiras para corrigir a fauna intestinal estão sendo estudadas: uma delas deve acontecer na Universidade da Basileia, na Suíça. A instituição está se preparando para um transplante de fezes em pacientes com depressão. A ideia é verificar se é possível alterar a microbiota do sistema digestivo.

Apesar de não se saber em detalhes como exatamente se dá essa relação entre fauna intestinal e o cérebro, o estudo chama atenção por abrir uma porta para novas opções de tratamento para pacientes com depressão – o uso de probióticos, o próprio transplante de fezes e outras maneiras de repor as bactérias ausentes podem ser passos em direção ao tratamento de várias doenças mentais.

 

Foto: TLFURRER/ISTOCK

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