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Quem é organizado tem menor risco de demência, diz estudo

Responsabilidade, autocontrole e foco são características que podem reduzir em 20% o risco de doenças neurodegenerativas

Por Veja

Pessoas mais organizadas podem estar menos propensas a desenvolver demência, afirma estudo publicado no mês passado na revista Neuroepidemiology. Segundo os pesquisadores, para esses indivíduos – que tendem a ser mais responsáveis e focados nos próprios objetivos – o risco de ser diagnosticado com uma doença neurodegenerativa pode diminuir em 20%.

A explicação para esse resultado é que bons níveis de organização garantem maiores reservas cognitivas – caracterizadas pela capacidade do cérebro de resistir a lesões que interferem no funcionamento cerebral, como, por exemplo, o surgimento de placas amiloides, conhecidas pela relação com o desenvolvimento do Alzheimer.

Pessoas mais organizadas podem estar menos propensas a desenvolver demência, afirma estudo publicado no mês passado na revista Neuroepidemiology. Segundo os pesquisadores, para esses indivíduos – que tendem a ser mais responsáveis e focados nos próprios objetivos – o risco de ser diagnosticado com uma doença neurodegenerativa pode diminuir em 20%.

A explicação para esse resultado é que bons níveis de organização garantem maiores reservas cognitivas – caracterizadas pela capacidade do cérebro de resistir a lesões que interferem no funcionamento cerebral, como, por exemplo, o surgimento de placas amiloides, conhecidas pela relação com o desenvolvimento do Alzheimer.

O estudo

Os novos resultados foram baseados no acompanhamento de 875 pessoas com idade entre 71 e 82 anos, que foram orientadas a responder a questionários para determinar traços de personalidade predominantes em cada um deles. Os pesquisadores observaram duas características particulares: a conscienciosidade (que ajuda a definir se a pessoa é meticulosa, organizada) e a abertura para experiências (que indica os níveis de criatividade, curiosidade intelectual e disposição para procurar o novo). Segundo a equipe, pesquisas anteriores haviam demonstrado que a presença desses traços pode garantir proteção contra doenças neurodegenerativas.

O risco de demência dos participantes foi medido através de uma combinação de histórico médico, prescrição para medicamentos para a doença ou declínio cognitivo clinicamente significante. Esses fatores eram medidos a cada seis meses. Os cientistas ainda consideraram outros fatores de risco como idade, sexo, raça e nível educacional.

Proteção cognitiva

Os resultados mostraram que indivíduos idosos que tendem a ser mais organizados podem apresentar menor risco de desenvolver demência. Essa proteção também pode se estender a indivíduos mais jovens. No entanto, nenhuma associação foi feita em relação àqueles que eram mais criativos. Ainda assim, a equipe revelou que o traço da conscienciosidade estava mais presente nos participantes com nível educacional mais alto – fator já conhecido por conferir certa proteção contra demência – com menos sintomas depressivos e menos diabetes.

Para a equipe, a característica pode ter um efeito protetor, uma vez que promove um envelhecimento cerebral saudável, além de tornar as pessoas mais propensas a aderirem a comportamentos benéficos, como se exercitar, comer adequadamente, visitar o médico com regularidade e realizar os tratamentos recomendados pelos especialistas.

Além disso, esse estilo de vida saudável pode prevenir o surgimento de problemas de saúde conhecidos por elevar o risco de demência, como as doenças cardiovasculares. Esse traço da personalidade torna os indivíduos mais propensos a buscar maior conhecimento, o que pode contribuir para maior reserva cognitiva.

Apesar das descobertas, os cientistas admitem que houve algumas limitações, incluindo a medição da demência com base em algoritmos e não em diagnóstico clínico, assim como falta de uma investigação para verificar outros traços de personalidade que poderiam ter interferido nos resultados.

 

Foto: Westend61/Getty Images