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Pessoas mais sociáveis têm maior diversidade de bactérias no intestino, diz estudo. E isso é bom para a saúde delas

Pesquisa da Universidade de Oxford apontou que a composição e a diversidade da microbiota intestinal estão relacionadas a fatores como sociabilidade, variação de humor e estabilidade emocional.

 

Por Bem Estar

 

Há 100 trilhões de bactérias no seu intestino. É o equilíbrio entre elas que pode determinar se sua saúde vai bem ou mal. O que comemos, claro, tem influência fundamental sobre a composição e a diversidade da microbiota intestinal – mais conhecida como flora intestinal. Uma pesquisa da Universidade de Oxford, publicada nesta quarta-feira (12) no “Human Microbiome Journal”, também apontou que fatores como sociabilidade, variação de humor e estabilidade emocional também ajudam no bom funcionamento desse ecossistema. Dê um “bom dia” com um sorriso no rosto e ganhe um conjunto diferente de bactérias!

De acordo com o estudo, nossas interações sociais podem promover uma variedade maior de microbiotas intestinais, uma vez que as pessoas com redes maiores de amigos e familiares apresentaram nas análises uma microbiota mais diversificada. Por outro lado, as pessoas com maior estresse ou ansiedade tinham uma variação menor dessas bactérias.

A coordenadora da pesquisa, Katerina Johnson, disse que “há cada vez mais estudos ligando a microbiota intestinal ao cérebro e ao comportamento, conhecido como eixo microbiota intestinal-cérebro. A maioria desses estudos foi conduzida em animais, enquanto pesquisas em humanos focaram no papel da microbiota intestinal em condições neuropsiquiátricas. Em contraste, meu interesse principal foi observar na população geral como a variedade nos tipos de bactérias vivendo no intestino pode estar relacionada a personalidade”.

“Nossa vida moderna pode proporcionar uma tempestade perfeita para o desequilíbrio do intestino: levamos uma vida estressante, com menos interações sociais e menos tempo gasto com a natureza. Nossas dietas são tipicamente deficientes em fibras, habitamos ambientes super-higienizados e dependemos de tratamentos com antibióticos”, aponta a coordenadora da pesquisa.
Segundo Johnson, essa é a primeira pesquisa “a encontrar uma ligação entre sociabilidade e diversidade de microbiotas em humanos.”

Estudos anteriores também ligam o equilíbrio geral entre as bactérias intestinais a mudanças no humor e na saúde mental, ao combate à obesidade e à boa saúde cardiovascular.

Alimentação diversificada

Pessoas que tinham uma dieta rica em fontes naturais de probióticos (queijo fermentado, chucrute, kimchi) e prebióticos (banana, legumes, grãos integrais, aspargos, cebola, alho-poró) também apresentaram uma diversidade maior de bactérias no intestino. Ou seja, pessoas com uma dieta mais diversificada.

A diversidade da microbiota também esteve mais relacionada aos participantes que costumam fazer viagens internacionais. Segundo o estudo, essas pessoas costumam ser “comedores mais aventureiros”, se expondo a novos micróbios e diferentes dietas com uma maior frequência.

Outra descoberta importante mostrou que os adultos que foram alimentados basicamente com fórmula quando crianças apresentam um microbiota menos diverso na idade adulta. “Isso sugere que a nutrição infantil pode ter consequências a longo prazo para a saúde intestinal”, comenta Johnson.

Autismo e depressão

O estudo também observou que vários tipos de bactérias encontradas na microbiota intestinal foram associadas ao autismo em pesquisas anteriores, indicando que tais bactérias estão relacionadas às diferenças de sociabilidade entre uma pessoa e outra.

“A descoberta sugere que a microbiota intestinal pode contribuir não apenas para os traços comportamentais extremos vistos no autismo, mas também para a variação do comportamento social na população em geral”, explica Johnson.

“Pesquisas futuras podem se beneficiar deste estudo para investigar diretamente o efeito que essas bactérias podem ter no comportamento humano”, disse a coordenadora, explicando que as descobertas publicadas nesta quarta podem ajudar no desenvolvimento de novas terapias de doenças relacionadas ao comportamento social, como o autismo e a depressão.

O estudo analisou a microbiota de 655 jovens, homens e mulheres, com mais de 18 anos.

 

Foto: Ilustração