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UFF monta ventiladores mecânicos para combate à covid-19

Expectativa é entregar 200 equipamentos até o final de junho

 

Por Agência Brasil

 

A Universidade Federal Fluminense (UFF) já conseguiu concluir a primeira versão dos ventiladores mecânicos que vão suprir as necessidades de instituições de saúde do estado do Rio de Janeiro. Os equipamentos serão doados pela equipe do curso de engenharia elétrica não só para o Hospital Universitário Antonio Pedro (Huap), da UFF, mas a todas as instituições de saúde que se cadastrarem para recebê-los.

O coordenador do curso de engenharia elétrica da UFF, Daniel Henrique Nogueira Dias, informou à Agência Brasil que estão sendo feitos testes para resolução de alguns problemas detectados, de modo a permitir que a segunda versão dos ventiladores mecânicos possa ser montada até amanhã (15). “A gente depende de insumos que estão chegando”, explicou.

Com a segunda versão aprovada e funcionando, o próximo passo será fazer testes clínicos no Huap, onde outra parte da equipe do curso de engenharia elétrica está trabalhando em um sistema para duplicação de ventiladores. “A ideia é levar isso para o Huap e usar os equipamentos que eles têm lá disponíveis, como um pulmão artificial, e a gente começa a fazer os testes, monitorando pressão e fluxo, para ver se eles estão de acordo com o que se espera do que seria a aplicação em seres humanos. Essa é a primeira etapa”, destacou Dias.

Certificação

Com os testes clínicos aprovados, a próxima fase é a certificação pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que facilitou muito a parte burocrática de todo o processo, segundo o professor da UFF. A expectativa é conseguir submeter o pedido de certificação à Anvisa já na semana que vem, para dar início à fabricação em escala.

“Algumas das adaptações que estamos fazendo na segunda versão [dos ventiladores] já é pensando na produção em escala, para facilitar a produção rápida disso. São coisas complexas que não podem demorar muito para ser feitas”, afirmou Dias.

O projeto faz parte da Frente UFF, iniciativa que reúne professores, alunos, colaboradores da comunidade interna e externa, no combate os efeitos do novo coronavírus antes, durante e após a pandemia. A frente trabalha somente com doações.

O projeto de produção do ventilador mecânico somou-se a outro que já estava em andamento na universidade, de confecção de equipamentos de proteção individual (EPIs), como máscaras e roupas de proteção para trabalhadores da área de saúde que estão na linha de frente no combate à covid-19.

Para distribuir os ventiladores, será criado um cadastro para que unidades de saúde que precisam do equipamento façam seus pedidos. “A gente vai tentar atender a todos, dentro da necessidade de cada hospital”, assegurou o coordenador do curso de engenharia elétrica da UFF.

A equipe aguarda a divulgação de resultado de edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj) para ter acesso a recursos financeiros suficientes para montar 200 ventiladores mecânicos até o final de junho. “Acredito que a necessidade vai ser muito maior do que isso”, disse o professor.

Protótipo

Dias conta que os protótipos se basearam em modelos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, dsponibilizados livremente. “O sistema é montado partindo de um projeto que foi desenvolvido pelo pessoal do Instituto de Tecnologia de Massachusetts que o disponibilizou de forma livre e aberta para todo mundo que quisesse pegar e desenvolver. A gente está fazendo nossas adaptações [de componentes] para se adequar às condições que tem aqui no país”.

Uma vez concluído o projeto da UFF, o objetivo da equipe é deixá-lo livre também, para que qualquer pessoa do Brasil ou do mundo possa baixá-lo e utilizá-lo, inclusive para fins comerciais.

A equipe está pensando também em terceirizar boa parte da produção de componentes, como placas de circuito impresso, usadas na parte eletrônica, e que são produzidas atualmente na universidade, para ficar só com a montagem final dentro da UFF. “Acho que isso pode acelerar a produção. A gente só montaria essas peças”, disse Dias.

 

Foto: IDOR

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