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Estudo da UFU aponta aumento no número de mortes em domicílio por causas respiratórias e cardiovasculares em MG

Por outro lado, os óbitos causados pelas mesmas doenças diminuíram nos hospitais. Pesquisadores apontam possíveis motivos ligados à pandemia da Covid-19; Secretaria de Estado de Saúde se posicionou

 

Por G1

 

O número de mortes domiciliares causadas por síndromes respiratórias e cardiovasculares em Minas Gerais aumentou nos cinco primeiros meses de 2020, em comparação ao mesmo período do ano passado.

A informação é de uma pesquisa realizada por estudantes do curso de Medicina da Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

Conforme apurado pelo grupo, as causas podem ser a alteração no funcionamento do sistema de saúde pública por causa da pandemia de Covid-19 ou medo que o paciente tem em procurar hospitais e se contaminar com o coronavírus. A Secretaria de Estado de Saúde se posicionou sobre a questão.

Por outro lado, o número de óbitos pelas mesmas enfermidades diminuiu nos hospitais. Veja abaixo a possível causa para os fatores.

A pesquisa publicada na plataforma científica Scielo, na última segunda-feira (27), analisou dados disponibilizados no Portal da Transparência do Registro Civil (Arpen), no período de 1º de janeiro a 6 de julho.

Mortes em casa

De acordo com o estudo, em 2020, foram registrados 1.396 óbitos domiciliares por causas respiratórias, ou seja, 287 mortes a mais do que em 2019, quando foram feitos 1.109 registros. O número representa aumento 25,8%.

Já o número de óbitos domiciliares causados por síndromes cardiovasculares cresceu 13,3%. Entre 1º de janeiro e 6 de julho deste ano, foram contabilizadas 2.161 mortes, contra 1.841 registradas no ano passado.

“Causas básicas podem evoluir para mais graves como as apontadas no estudo. O controle e o tratamento de causas básicas podem prevenir doenças graves com maior tendência de levar a óbito”, afirmou a estudante de medicina e uma das pesquisadoras, Nayani Alves Ramos.

Mortes em hospitais

Ainda segundo a pesquisa, o número de mortes por causas respiratórias nos hospitais de Minas Gerais diminuiu 3,2%. Em 2019, 18.859 pessoas perderam a vida nas unidades de saúde do Estado, já em 2020, foram 18.248.

Por outro lado, as mortes por síndromes cardíacas passaram de 6.136, no primeiro semestre do ano passado, para 6.204 em 2020. Crescimento de 1,1%.

“A partir da metade da série histórica, observamos uma inversão. No momento em que as mortes começam a diminuir no hospital, elas começam a aumentar nos domicílios”, pontuou o orientador do estudo, o professor da Faculdade de Medicina da UFU, Stefan Vilges de Oliveira.

Motivos

Conforme apontado no estudo, o crescimento do número de mortes em casa pode estar ligado a dois fatores. Um deles é a alteração no funcionamento do sistema de saúde pública de todo o país e suspensão temporária de atividades eletivas e não essenciais, devido à pandemia do novo coronavírus.

“A mudança da política de assistência do governo suspendeu os atendimentos ambulatoriais para acompanhar as doenças bases. A população fica desassistida, ou sem o acompanhamento devido. O governo até sugere uma telemedicina, mas que não consegue acompanhar toda a população”, explicou o estudante de medicina e um dos pesquisadores, Thiago Alves

Outro fator que pode ter contribuído é o medo de contaminação pelo coronavírus por parte da população, que tem evitado a busca por ajuda em hospitais.

“O segundo fator, é que a população fica com medo de buscar assistência. A pessoa sente uma dor no peito, por exemplo, e fica com medo de ir ao pronto-socorro por medo de ser infectada pelo coronavírus”, completou o estudante.

O que diz o Estado

Em nota enviada à TV Integração, a Secretaria de Estado de Saúde afirmou que a suspensão de cirurgias eletivas em todo o sistema de saúde estadual ocorreu pela dificuldade de conseguir substâncias anestésicas no mercado. A falta destes medicamentos pode comprometer os atendimentos dos casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG).

Ainda de acordo com a SES-MG, a direção da unidade de saúde local é responsável por avaliar a situação epidemiológica da região e determinar a realização dos procedimentos.

 

Foto: G1/G1

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