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Covid-19: risco de morte é 146% maior em profissionais de saúde

Estudo divulgado pelo Ipea revelou o quanto fatores socioeconômicos e ocupacionais influenciam na probabilidade de morte pelo novo coronavírus no estado do Rio de Janeiro

 

Por Diário de Pernambuco

 

Um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) nesta sexta-feira (6/11) revelou o quanto fatores socioeconômicos e ocupacionais influenciam na probabilidade de morte pelo novo coronavírus no estado do Rio de Janeiro. Uma das constatações feita pela pesquisa é a de que trabalhadores dos setores de saúde e segurança apresentam, respectivamente, chance de morte 146% e 125% superior às demais ocupações.

A coordenadora do Centro de Pesquisa em Ciência, Tecnologia e Sociedade do Ipea e uma das autoras do estudo, Fernanda De Negri, explica que já se desconfiava do resultado, mas que não tinha evidências mensuráveis. “A gente não sabia o quanto exercer uma profissão aumenta o risco de morte em relação à covid-19, por exemplo”.

Para ela, o fato de o estudo expor qual o impacto das ocupações no mercado de trabalho em relação à mortalidade do novo coronavírus pode ajudar a planejar medidas de prevenção da doença e até auxiliar a estratégia de imunização no futuro. “Quando tiver uma vacina, não vamos ter ela para todo mundo em um primeiro momento. Vamos ter que ter um plano de vacinação e esse resultado pode ajudar a pensar nessa estratégia”, indica.

A análise, feita por pesquisadores do Ipea e da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), mostra também que trabalhadores do comércio essencial, da imprensa e dos serviços essenciais têm, respectivamente, 30%, 49% e 38% mais chances de óbito que os demais grupos.

Além disso, quem trabalha na região metropolitana é mais suscetível, com 141% a mais de probabilidade de óbito. Os pesquisadores utilizaram dados da Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro. Para identificar características socioeconômicas dos indivíduos, a equipe associou os registros à base de dados Relação Anual de Informações Sociais (Rais) de 2018.

Educação

Fernanda também destaca o fato de que se ter nível superior completo diminui em 44% a chance de morrer pela doença. “Acredito que isso possa estar relacionado com o fato de que as pessoas que têm o superior completo são aquelas que possuem empregos nos quais se foi possível adotar o trabalho remoto. São funções mais possível de se fazer de casa. A formação também pode ter influência na informação dessas pessoas, que são mais bem informadas sobre como o vírus é propagado e aí se cuidam melhor”, acredita.

 

Foto: Silvio Avila/AFP