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Gordura marrom pode proteger o corpo de doenças crônicas, sugere estudo

Gordura marrom pode atenuar os efeitos negativos da obesidade na saúde

 

Por Viva Bem

 

A gordura marrom, que é capaz de gastar energia (diferentemente da gordura branca) para manter o corpo aquecido, traz diversos benefícios para o organismo. Isso porque esse tecido adiposo marrom é rico mitocôndrias, organelas celulares também bastante presentes nos músculos, que são responsáveis por produzir calor, em vez de estocar energia. E um estudo da Nature Medicine, publicado no dia 4 de janeiro deste ano, descobriu que a gordura marrom também pode proteger contra inúmeras doenças crônicas.

Mas, segundo os pesquisadores, ainda não está claro se as pessoas com grande quantidade de gordura marrom realmente desfrutam de uma saúde melhor.

Além disso, o estudo mostra que tem sido difícil até mesmo identificar esses indivíduos, já que a gordura marrom está escondida bem ao fundo do corpo — geralmente localizada na região do pescoço e ombros.

Como o estudo foi feito

Os pesquisadores analisaram 130 mil tomografias PET (Positron Emission Tomography, ou emissão de pósitrons, em português) de 52.487 mil pacientes. O exame de imagem é necessário, pois é o único que detecta a gordura marrom no corpo.

Quais foram os resultados do estudo

Entre mais de 52 mil participantes, os cientistas descobriram a presença de gordura marrom em quase 10% dos indivíduos. Um dos autores do estudo explica que esse número pode ser diferente, já que os pacientes foram instruídos a evitar exposição ao frio, exercícios e cafeína — práticas que parecem aumentar a atividade da gordura marrom.

Os que tinham gordura marrom detectável eram menos propensos do que seus pares a sofrer de doenças cardíacas e metabólicas. Por exemplo, apenas 4,6% tinham diabetes tipo 2, em comparação com 9,5% das pessoas que não tinham gordura marrom detectável.

Da mesma forma, 18,9% tinham colesterol anormal, em comparação com 22,2% das pessoas sem gordura marrom.

Além disso, o estudo revelou mais três condições para as quais as pessoas com gordura marrom apresentem menor risco: hipertensão, insuficiência cardíaca congestiva e doença arterial coronariana — ligações que não haviam sido observadas em estudos anteriores.

Outra descoberta foi que a gordura marrom pode atenuar os efeitos negativos da obesidade na saúde. Em geral, pessoas com obesidade apresentam risco aumentado de doenças cardíacas e metabólicas, mas os pesquisadores descobriram que entre esse grupo com gordura marrom, a prevalência dessas condições era semelhante à de pessoas não obesas.

Por que este estudo é importante?

O estudo, o maior já feito em humanos, confirma e expande os benefícios à saúde da gordura marrom sugeridos por pesquisas anteriores. “Pela primeira vez, ele revela uma ligação para diminuir o risco de certas condições”, disse Paul Cohen, um dos autores do estudo. “Essas descobertas nos deixam mais confiantes sobre o potencial de direcionar a gordura marrom para benefícios terapêuticos”.

Os verdadeiros mecanismos pelos quais a gordura marrom pode contribuir para uma saúde melhor ainda não estão claros, mas existem algumas pistas. Por exemplo, as células de gordura marrom consomem glicose para queimar calorias e é possível que isso reduza os níveis de glicose no sangue, um importante fator de risco para o desenvolvimento de diabetes.

A equipe planeja estudar mais a biologia da gordura marrom, inclusive procurando por variantes genéticas que possam explicar por que algumas pessoas têm mais gordura do que outras – primeiros passos potenciais para o desenvolvimento de formas farmacológicas para estimular a atividade da gordura.

O que é gordura marrom?

É um tecido adiposo marrom rico em mitocôndrias, organelas celulares e também bastante presentes nos músculos que são responsáveis por produzir calor, em vez de estocar energia.

Nos adultos, os depósitos de gordura marrom podem ser encontrados na região do pescoço, abaixo da clavícula e, também, ao longo da coluna vertebral. Alguns exames de imagem conseguem detectar a gordura que fica “escondida” no corpo.

Com o passar dos anos, esse tecido adiposo acaba sendo substituído pela temida gordura branca, aquela responsável pela barriga saliente e que pode contribuir para o desenvolvimento de doenças, como obesidade, diabetes e outros.

A prática regular de exercícios é uma das formas de aumentar o percentual de gordura marrom no corpo.

 

Foto: Ativo Saúde