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Teste detecta em 1 minuto 2ª espécie mais comum de parasita da malária

Dispositivo de diagnóstico testado em Manaus utiliza marcador biológico conhecido como hemozoína e tem desempenho superior aos procedimentos usados atualmente

Por Revista Galileu

Um dos maiores desafios enfrentados no combate à malária é o diagnóstico da P. vivax, a segunda espécie de Plasmodium mais prevalente em humanos. Apesar de não ser considerada tão mortal quanto a P. falciparum, que é a mais comum, as infecções por P. vivax podem resultar em quadros graves e mortes.

Tendo esse problema em vista, cientistas conduziram uma pesquisa em Manaus para comparar a capacidade de diagósticos de dois modelos de exames: o novo aparelho Gazelle, feito pela empresa norte-americana Hemex Health, e os chamados testes de diagnóstico rápido (RDT, na sigla em inglês).

“Como a P. vivax não é detectada pelos testes atuais de forma adequada, a infecção frequentemente passa despercebida e os pacientes não recebem o tratamento necessário”, afirma, em nota, Marcus Lacerda, autor principal do estudo e pesquisador na Fundação de Medicina Tropical Doutor Heitor Vieira Dourado, na capital do Amazonas. “Isso causa sintomas recorrentes e contribui para a disseminação da doença”, explica.

O baixo nível de parasitemia — ou seja, a quantidade de parasitas presentes na corrente sanguínea do paciente — da P. vivax representa um grande entrave para os diagnósticos. Essa característica faz com que os testes RDTs não detectem a infecção e torna a microscopia de luz, que é demorada e requer técnicos qualificados, a melhor opção para muitas regiões do mundo.

O estudo, publicado no periódico Malaria Journal na última sexta-feira (12), contou com 300 participantes e mostra que o Gazelle é uma alternativa promissora. O dispositivo é compacto, fornece o resultado em um minuto e utiliza a hemozoína, um marcador biológico específico presente em todas as espécies de malária.

Em termos de sensibilidade e especificidade, os testes do Gazelle apresentaram desempenho de 96,2% e 100%, respectivamente, e os RDTs demonstraram 83,9% e 100% para esses parâmetros. Isso significa que os RDTs deixam passar 16 casos de infecção por P. vivax a cada 100 pessoas, enquanto essa taxa para a Gazelle é de 4 a cada 100.

Além disso, os pesquisadores observam que a portabilidade do Gazelle, o uso de baterias e o não requerimento de temperaturas baixas fazem com que o dispositivo seja muito útil em campo. “Esses resultados mostram que estamos no caminho para reduzir o sofrimento e acelerar a eliminação da malária”, afirma Lacerda.

“Nós esperamos que, com a acessibilidade, a facilidade de uso e os resultados ultrarrápidos do Gazelle, ele possa ser usado com sucesso para realizar exames em massa”, diz Patti White, CEO da Hemex Health, responsável pelo desenvolvimento do dispositivo em parceria com a Universidade Case Western Reserve, nos Estados Unidos. O produto já foi regularizado em países como Índia, Quênia e Gana, e a empresa planeja pedir a aprovação na América do Sul em breve.

Foto: Divulgação/Hemex Health