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Células T de ex-pacientes com Covid-19 reconhecem variantes do Sars-CoV-2

Pesquisadores norte-americanos sugerem que resposta dos linfócitos CD8+ em indivíduos convalescentes e vacinados não deve ser afetada por mutações do coronavírus

Revista Galileu

Ao passo que a pandemia de Covid-19 avança, o vírus Sars-CoV-2 sofre mutações e novas variantes surgem. Com isso, vem à tona a preocupação sobre a resposta imune do corpo humano. Será que as pessoas que já foram infectadas têm maior probabilidade de pegar a doença novamente? E, diante de novas variantes, a proteção das vacinas se torna menos eficaz?

Para investigar essas questões, a empresa ImmunoScape e pesquisadores do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas dos Estados Unidos (NIAID, na sigla em inglês) e da Universidade Johns Hopkins analisaram amostras de células sanguíneas de 30 pessoas que se recuperaram da Covid-19.

Os indivíduos foram todos infectados pelo Sars-CoV-2 antes da emergência das três variantes consideradas no estudo: B.1.1.7, identificada no Reino Unido, B.1.351, registrada na África do Sul, e B.1.1.248, detectada no Brasil. Um dos principais objetivos da pesquisa era avaliar se as células T CD8+ conseguiriam reconhecer essas três novas linhagens do coronavírus.

Por apresentarem mutações que alteram a região da proteína spike, as variantes poderiam dificultar o reconhecimento feito pelas células T. Apesar disso, o estudo, que foi publicado no periódico Open Forum Infectious Diseases nesta terça-feira (30), concluiu que os linfócitos CD8+ conseguem permanecer ativos diante das cepas B.1.1.7, B.1.351 e B.1.1.248.

Os pesquisadores observaram que as respostas das células T CD8+ de indivíduos convalescentes — cujo sistema imunológico criou anticorpos para combater o vírus — permaneceram intactas e reconheceram praticamente todas as mutações das variantes do Sars-CoV-2.

Assim, acredita-se na probabilidade de que, no caso de pessoas vacinadas e indivíduos convalescentes, a resposta dos linfócitos não seja afetada de forma expressiva pelas mutações das variantes do Reino Unido, da África do Sul e do Brasil. A descoberta é importante porque esses linfócitos são considerados atores-chave, uma vez que têm a capacidade de matar as células infectadas ao reconhecerem parte da proteína viral na superfície delas.

Os cientistas consideram que é importante monitorar e analisar as respostas das células T que atuam contra o Sars-CoV-2 em indivíduos recuperados e imunizados a fim de determinar se é preciso haver vacinações de reforço. Por isso, os pesquisadores também apontam para a necessidade de serem realizados mais estudos sobre o tema.

Foto: NIAID