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Cientistas de Oxford anunciam 1ª vacina de malária a cumprir meta da OMS

A candidata R21/Matrix-M apresentou nível de eficácia de 77% ao longo de 12 meses em uma pesquisa com 450 crianças em Burkina Faso, no continente africano

Por Revista Galileu

A candidata a vacina contra malária R21/Matrix-M apresentou nível de eficácia de 77%, tornando-se a primeira a atingir a meta prevista pela Organização Mundial de Saúde (OMS). A entidade prevê que o imunizante tenha ao menos 75% de eficácia, segundo as diretrizes de seu mapa de licenciamento de vacinas, o Malaria Vaccine Technology Roadmap.

Os resultados do ensaio clínico de fase 2 com a vacina foram publicados na terça-feira (20), no SSRN/Preprints with The Lancet. A pesquisa foi liderada pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e contou com a participação de 450 bebês entre 5 e 17 meses de vida, recrutados na comuna de Nanoro, em Burkina Faso, na África Ocidental.

As crianças foram divididas em três grupos, dos quais dois receberam a vacina R21/Matrix-M, com doses baixas ou altas para intensificar o efeito da vacinação. Já um terceiro grupo foi vacinado contra a raiva, para fins de comparação. Todas as injeções foram aplicadas de maio a agosto de 2019, antes do pico da temporada de malária.

Ao longo de 12 meses de acompanhamento, os pesquisadores relataram uma eficácia da vacina de 77% no grupo que foi vacinado com alta dose. Já naquelas crianças que receberam quantidade mais baixa, essa taxa caiu para 71%. Nenhum efeito adverso ocorreu nos bebês.

O próximo passo da pesquisa será avaliar uma vacinação de reforço, que foi aplicada antes da temporada de malária de 2020. Os pesquisadores já iniciaram um recrutamento para a fase 3 do estudo, que irá incluir 4,8 mil crianças, de 5 a 36 meses de idade, desta vez em quatro países africanos.

“Estamos ansiosos para o próximo ensaio de fase 3 para demonstrar dados de segurança e eficácia em larga escala para uma vacina que é muito necessária nesta região”, comenta Halidou Tinto, autor principal da pesquisa, em comunicado.

Os pesquisadores estão trabalhando em parceria com a fabricante indiana de medicamentos Serum Institute e com a empresa norte-americana de desenvolvimento de vacinas Novavax para disponibilizar a R21 / Matrix-M em breve.

“A malária é uma das principais causas de mortalidade infantil na África. Temos apoiado ensaios de uma série de novas vacinas candidatas em Burkina Faso e esses novos dados mostram que o licenciamento de uma nova vacina contra a malária poderia acontecer nos próximos anos”, afirma Charlemagne Ouédraogo, Ministro da Saúde em Burkina Faso.

A previsão é que, após a aprovação, pelo menos 200 milhões de doses da vacina R21/Matrix-M sejam entregues anualmente, segundo confirmaram o diretor do Serum Institute, Cyrus Poonawalla, e o CEO da organização, Adar Poonawalla.

Foto: Pexels/Anna Shvets