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Intervalo de 3 meses entre doses da Pfizer pode melhorar resposta imune

Medida adotada em países como Brasil e Reino Unido aumenta níveis de anticorpos em até 3,5 vezes mais do que no período recomendado pela fabricante, indica estudo

Por Revista Galileu

O intervalo de três meses entre as duas doses da vacina da Pfizer contra a Covid-19, medida adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil, pode apresentar melhores resultados do que o recomendado pela própria fabricante, a aplicação da segunda dose 21 dias após a primeira. É o que mostra um novo estudo da Universidade de Birmingham e do órgão Public Health England, ambos no Reino Unido, que também preconiza 12 semanas entre as aplicações.

Os pesquisadores resolveram avaliar os efeitos da decisão tomada em 30 de dezembro de 2020 pelo governo britânico: para alcançar mais pessoas com a primeira dose da Pfizer, a segunda passou a ser aplicada três meses depois, quase quatro vezes mais do que a bula do imunizante indica.

Eles estudaram 175 pessoas com mais de 80 anos que receberam a segunda dose da vacina em intervalos de três semanas ou 11 a 12 semanas após a primeira dose. O objetivo era mensurar tanto a produção de anticorpos contra a proteína spike do Sars-CoV-2 quanto a resposta de células T à imunização.

Os resultados, disponíveis em versão ainda não revisada por pares no site medrXiv, revelam que a quantidade de anticorpos foi 3,5 maior nas pessoas que esperaram 12 semanas. Já o pico de células T — responsáveis por ajudar a manter os níveis de anticorpos ao longo do tempo — foi menor nessas pessoas. Isso, no entanto, não fez com que os níveis de anticorpos diminuíssem mais rapidamente após a aplicação da primeira dose, de acordo com a pesquisa.

“Esse estudo reforça um conjunto crescente de evidências de que a abordagem empregada no Reino Unido em atrasar essa segunda dose realmente valeu a pena”, disse Gayatri Amirthalingam, epidemiologista da Public Health England em Londres, em coletiva de imprensa, segundo a revista Nature.

Para o virologista Stephen Griffin, o sucesso da medida se deve ao bloqueio e distanciamento em vigor no país. “As pessoas estão teoricamente vulneráveis entre a primeira e a segunda injeção. O que tem funcionado no Reino Unido é manter as restrições ao mesmo tempo em que a vacinação acontece”, diz o pesquisador da Universidade de Leeds, em comunicado.

Foto: US Secretary of Defense/Wikimedia Commons