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Exposição à poluição na gravidez pode aumentar risco de obesidade em bebês

Estudo nos EUA avaliou o risco do acúmulo de gordura corporal em mães e crianças hispânicas, dado que o grupo minoritário vive em locais onde há maior concentração de poluentes

Por Revista Galileu

Níveis elevados de poluição do ar fazem com que grávidas tenham bebês com maior risco de obesidade e doenças relacionadas ao longo da vida. Tal conclusão é fruto de um estudo, publicado dia 5 de junho no jornal científico Environmental Health.

A descoberta foi conduzida por pesquisadores da Universidade do Colorado e da Universidade do Sul da Califórnia, ambas nos Estados Unidos (EUA). Eles avaliaram somente mães e bebês de origem hispânica, visto que a população minoritária no país tende a viver em locais com maior exposição a poluentes tóxicos.

Nos EUA, a estimativa é que um em cada 4 jovens hispânicos são obesos, sendo que a questão atinge cerca de 14% dos jovens brancos e 11% dos asiáticos. “As taxas mais altas de obesidade entre certos grupos em nossa sociedade não são simplesmente um subproduto de escolhas pessoais como exercícios, calorias ingeridas e eliminadas. É mais complicado do que isso”, explica Tanya Alderete, que chefiou o estudo, em comunicado.

A pesquisa avaliou dados de 123 pares de mães e bebês do Mother’s Milk Study, um ensaio que está sendo realizado na cidade de Los Angeles, na Califórnia. Cerca de um terço das mães avaliadas tinha peso normal antes de engravidar; outro um terço estava com sobrepeso e o restante apresentava obesidade.

Além disso, os autores consideraram dados sobre a poluição captada de hora em hora provenientes do Sistema de Qualidade do Ar da Agência de Proteção Ambiental (EPA) dos EUA. Assim, quantificaram a exposição das grávidas em quatro categorias de poluentes.

Entre elas, estavam as partículas PM 2,5 e PM 10, liberadas por fábricas, carros e construções. Também foi avaliado o nível de dióxido de nitrogênio sendo emitido não apenas por automóveis, mas por usinas de energia. E ainda foi considerado o ozônio, um dos principais gases poluentes.

Em seguida, os experts mensuraram periodicamente o peso, altura e gordura dos bebês. Eles observaram que aqueles bebês cujas mães haviam sido mais expostas à poluição estavam acumulando mais adiposidade, o que os põe em maior risco de se tornarem obesos e terem condições atreladas no futuro.

“Descobrimos que uma maior exposição à poluição do ar ambiente pré-natal foi associada a maiores mudanças no peso e adiposidade, ou gordura corporal, nos primeiros seis meses de vida”, conta William Patterson, pesquisador participante do estudo.

Vale lembrar que o ganho de peso em bebês tem sido associado a diabetes, doenças cardíacas e problemas de peso na infância e adolescência. De acordo com Patterson, o início de vida é uma “janela crítica de desenvolvimento”, podendo gerar uma série de problemas mais tarde.

Os pesquisadores acreditam que os poluentes atingem os pulmões, causando uma inflamação sistêmica que afeta a sensibilidade ao hormônio insulina, responsável por influenciar o desenvolvimento do feto. Outra questão alterada é a expressão genética dos bebês, que gera impactos que podem perdurar por gerações.

Como a pesquisa incluiu apenas mães hispânicas, os estudiosos dizem ser preciso ampliar a análise para outras populações. Todavia, os resultados já obtidos são importantes em um país onde as minorias raciais estão expostas a mais cargas de poluentes. Pessoas pobres e negras nos EUA absorvem até 1,5 vezes mais poluição do ar do que as brancas, segundo a EPA avaliou em 2018.

Esta matéria faz parte da iniciativa #UmSóPlaneta, união de 19 marcas da Editora Globo, Edições Globo Condé Nast e CBN. Saiba mais em umsoplaneta.globo.com.

Foto: Peijia Li/Unsplash

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