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Identificada proteína que pode ser alvo de terapias contra coronavírus

Estudo de universidade dos EUA propõe desenvolvimento de fármaco capaz de agir no início da infecção contra proteína presente em toda a família “Coronaviridae”

Por Revista Galileu

Entre 2002 e 2004, o mundo testemunhou um surto de Síndrome Respiratória Aguda Grave, causada pelo Sars-CoV. Em 2012, foi a vez do Mers-CoV acometer diversos países com a Síndrome Respiratória do Oriente Médio. Agora, desde 2019 a humanidade vem sofrendo com a Covid-19 em decorrência do Sars-CoV-2.

Diante desse padrão de aproximadamente sete anos, cientistas já começaram a se preparar para uma próxima pandemia de coronavírus, que presumivelmente pode emergir em 2028. E em Illinois, nos Estados Unidos, os pesquisadores têm boas notícias.

Um estudo publicado no periódico Science Signaling e liderado pela Universidade de Northwestern aponta para um elemento que pode servir como o foco de tratamentos contra o Sars-CoV-2 e outros vírus dessa família.

“Há uma grande necessidade de novas abordagens para a descoberta de medicamentos que combatam a pandemia de Covid-19 e infecções por coronavírus futuros”, afirma, em nota, Karla Satchell, autora principal do artigo e professora de microbiologia e imunologia.

O novo alvo terapêutico proposto pelos pesquisadores é a proteína viral nsp16, que está presente em todos os coronavírus praticamente da mesma forma — ou seja, sem apresentar grandes variações.

Analisando a estrutura do Sars-CoV-2, foi possível concluir que a nsp16 é uma das proteínas chave do vírus. Isso porque ela possui um “bolso” específico que auxilia o coronavírus a se esconder do sistema imunológico.

Esse pedaço da proteína se liga a um fragmento genômico do Sars-CoV-2, que, por sua vez, é usado pelo vírus para moldar seus blocos de construção. Por isso, os pesquisadores acreditam que seria viável desenvolver um fármaco com ação voltada para esse trecho da nsp16 e, assim, bloquear a utilidade da proteína para o agente invasor.

O objetivo é oferecer um medicamento que aja no início da infecção, pouco depois que a pessoa for exposta ao vírus, para que a doença não seja muito agressiva. Ele seria eficaz contra todos os coronavírus, incluindo aqueles que causam resfriado comum.

“Se alguém perto de você se contaminar, você iria à farmácia comprar a medicação e tomaria por três ou quatro dias. Se você ficasse doente, não seria com tanta intensidade”, explica Satchell.

Até o momento, poucos estudos sobre a nsp16 foram feitos. Por isso, a equipe da Universidade de Northwestern pretende dar continuidade às investigações e utilizá-las para colaborar com químicos capazes de desenvolver drogas focadas na proteína.

Foto: CDC/Unsplash