fbpx

CENTRAL DE ATENDIMENTO 24H: 0800 61 3333

Risco de metástase do câncer de mama varia de 6% a 22%, diz estudo global

Revisão de mais de 400 pesquisas estima que taxa de avanço da doença em mulheres diagnosticadas com menos de 35 anos de idade é ainda maior: vai de 12,7% a 38%

Por Revista Galileu

Uma revisão de mais de 400 estudos realizados com dezenas de milhares de mulheres ao redor do mundo aponta que o risco do câncer de mama se espalhar para outras áreas do corpo varia de 6% a 22%. Essa estimativa será apresentada online na Sexta Conferência Internacional de Consenso sobre Câncer de Mama Avançado (ABC6, na sigla em inglês), que ocorrerá a partir desta quinta-feira (4) até o próximo sábado.

O levantamento, que ainda está em andamento, inclui mulheres avaliadas em pesquisas nas américas do Norte e do Sul, além de Europa, África, Ásia e Oceania. O estudo indica que o risco de metástase é maior em três casos: em pacientes mais jovens, naquelas com tumores maiores logo no diagnóstico inicial e em quem desenvolve tipos de câncer de mama específicos, como os tumores Luminais B, que são de alta proliferação.

Tais fatores de risco aumentam a probabilidade da evolução de um câncer de mama avançado, segundo os cientistas. Em mulheres diagnosticadas com menos de 35 anos de idade, a tendência de a doença voltar mais tarde e se espalhar por outras partes do corpo varia de 12,7% a 38%. Já em pacientes com 50 anos ou mais, essa taxa é um pouco menor: de 3,7% a 28,6%.

“Isso pode ser porque as mulheres mais jovens têm uma forma mais agressiva de câncer de mama ou estão sendo diagnosticadas em um estágio posterior”, explica Eileen Morgan, coautora do levantamento, que faz parte da Agência Internacional de Pesquisa em Câncer (IARC), da OMS, em comunicado.

Já mulheres com tumores malignos do tipo luminal B apresentam risco de metástase que varia entre 4,2% e 35,5%. Essa probabilidade é mais baixa em pacientes com o tipo luminal A, que tende a se proliferar mais lentamente, indo nesses casos de 2,3% a 11,8%.

Além disso, o número de mulheres com reincidência do câncer de mama diminuiu em relação às décadas de 1970 e 1980. Os pesquisadores acreditam, porém, que isso tenha relação com o intervalo de tempo entre o primeiro diagnóstico e o aparecimento de metástases.

A estimativa é de que cerca de 2,3 milhões de mulheres sejam diagnosticadas com a doença todos os anos. Mas ainda não se sabe quantas delas de fato desenvolvem a doença em outros órgãos. “Em algumas mulheres, o câncer vai crescer e se espalhar ou voltar para uma parte diferente do corpo vários anos após o final do tratamento inicial. Nesse ponto, o câncer se torna muito mais difícil de tratar e o risco de morte é maior”, conta Morgan.

Os pesquisadores esperam que a revisão de estudos ajude a preencher a lacuna que existe nos registros de câncer de mama metastático. Eles pretendem ainda quantificar quantas mulheres estão vivendo com esse quadro no mundo e querem monitorar como os fatores de risco impactam a situação ao longo do tempo.

Foto: Domínio Público