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Vacina do HPV reduz risco de câncer de colo do útero em até 87%

Pesquisa realizada no Reino Unido aponta que adolescentes vacinadas contra o vírus apresentam taxas menores de cânceres e anomalias cervicais durante a idade adulta

Por Revista Galileu

O câncer do colo do útero é causado principalmente pela infecção por alguns tipos do papilomavírus humano (HPV) — e muito se destaca que a vacinação contra o HPV é uma ferramenta eficaz na prevenção desse câncer. Um novo estudo realizado no Reino Unido trouxe novas evidências disso: ele mostra que pré-adolescentes vacinadas contra o vírus aos 12 a 13 anos apresentaram taxas 87% menores da enfermidade durante a idade adulta.

A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (3) no jornal científico The Lancet com base em dados coletados entre janeiro de 2006 a junho de 2019. A análise considera somente mulheres com idades entre 20 a 64 anos no final deste período.

Com isso, os cientistas identificaram ainda que houve uma redução de 62% nas taxas de câncer cervical nas participantes vacinadas contra o HPV quando tinham de 14 a 16 anos. Já para as adultas que tinham de 16 a 18 anos na ocasião, essa porcentagem foi de 34%.

Não por acaso, a vacinação contra o HPV foi introduzida em 100 países pela Organização Mundial de Saúde (OMS), justamente para eliminar o câncer cervical. Os dados da pesquisa na Inglaterra consideram especificamente a vacina bivalente Cervarix, que começou a ser aplicada em 2008. O imunizante protege contra os dois tipos mais comuns do vírus, responsáveis ​​por aproximadamente 70 a 80% de todos os cânceres de colo do útero.

Durante o período analisado pelos cientistas, houve 28 mil diagnósticos desse câncer e 300 mil registros de anomalias cervicais CIN3, que afetam toda a espessura da camada superficial do colo do útero. Estima-se que, nesse período, a vacina tenha prevenido cerca de 450 casos de câncer cervical e 17,2 mil episódios de anomalia.

Para Kate Soldan, coautora do estudo, os resultados são um passo em frente à prevenção do câncer cervical. “Esperamos que esses novos resultados incentivem a aceitação [da vacina contra o HPV], já que o sucesso do programa de vacinação depende não apenas da eficácia da vacina, mas também da proporção da população vacinada”, afirma Soldan, que atua na Agência de Segurança de Saúde do Reino Unido.

Por outro lado, os autores admitem que a pesquisa teve limitações, principalmente considerando que o câncer de colo do útero é raro em jovens e a maior parte do acompanhamento considerou aquelas com menos de 25 anos de idade vacinadas na adolescência. Eles julgam ainda ser cedo para avaliar o impacto total da vacina nas taxas desse tipo de câncer, mas ressaltam que as duas infecções mais comuns pelo HPV estão presentes em até 92% das mulheres diagnosticadas com a doença antes dos 30 anos.

Foto: Governo do Estado do Rio de Janeiro